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Vol. 43. Issue S1.
Pages S346-S347 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S346-S347 (October 2021)
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INCIDÊNCIA DE ANTICORPOS IRREGULARES EM DOADORAS EM IDADE FÉRTIL NO HEMOCENTRO REGIONAL DE SANTA MARIA NOS ÚLTIMOS 5 ANOS E A IMPORTÂNCIA DE UM ACONSELHAMENTO PARA GESTAÇÕES FUTURAS
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RC Siqueiraa,b, RP Lorentza,b, SC Corrêaaa,b, FZ Limac, BL Dornelesa,b, MMR Nascimentoc, JB Müllerb,c, PG Schimitesb,c
a Universidade Franciscana (UFN), Santa Maria, RS, Brasil
b Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM), Santa Maria, RS, Brasil
c Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

Analisar o número de doadoras em idade fértil que apresentaram pesquisa de anticorpos irregulares (PAI) positiva no Hemocentro Regional de Santa Maria (HEMOSM) e avaliar o impacto destes anticorpos (AC) em possíveis gestações futuras e qual a relevância de hemocentros estabelecerem uma forma de aconselhamento nestes casos.

Material e métodos

Foi realizada a coleta de dados do Sistema HEMOVIDA (Sistema Nacional de Gerenciamento em Serviços de Hemoterapia) e dos arquivos do Laboratório de Imunohematologia do HEMOSM, sendo este um estudo observacional retrospectivo realizado no período de agosto/2016 a julho/2021. A triagem para presença de AC contra antígenos (AG) eritrocitários no soro ou plasma de doadores se dá pela PAI. Para a identificação dos anticorpos irregulares (AI) é empregado um painel de hemácias com diferentes configurações antigênicas, permitindo (na maioria dos casos) a identificação do(s) anticorpo(s) de acordo com o padrão de reação em diferentes meios reacionais.

Resultados

No período dos 5 anos estudados, 112 doadores apresentaram PAI+, sendo que 67 foram doadores do sexo feminino e 45 doadores do sexo masculino. Para as 67 doadoras, aproximadamente 26% apresentaram Anti-D, 24% Anti-M, 15% Anti-Kell-1, 8% Anti-E, 5% Anti-C, 3% Anti-Lea. Outros AC somaram 7%, enquanto 12% apresentaram resultado inconclusivo na determinação do AI (devido a auto anticorpos, Coombs direto + ou reação sem padrão). 90% das doadoras se encontrava, no momento da doação, em faixa etária considerada como idade fértil para mulheres, segundo a OMS.

Discussão

A formação de AC pode se dar de maneira natural ou através da exposição a AG não próprios, evento que pode gerar a sensibilização (produção de AC). Pesquisa-se em laboratórios de imunohematologia a presença destes AC para doadores e receptores, em especial os AC contra AG eritrocitários, devido à possibilidade de reações transfusionais. Alguns AG podem induzir a formação de AC das duas formas, natural e imune, e isso justifica a presença de AI contra AG pertencentes ao Sistema MNS, como Anti-M. No entanto, alguns AG induzem (na maioria dos casos) a sensibilização através da exposição por razões como a transfusão sanguínea ou gestações/abortos espontâneos, situações nas quais AC como Anti-D, Anti-C, Anti-E e Anti-Kell-1 (dentre outros) podem ser formados. AG como D, C, E e Kell-1 são muito imunogênicos e, portanto, podem ser a causa de sensibilização de mulheres gestantes, o que implica na formação de AC contra esses AG. Quando a sensibilização ocorre, AC da classe IgG passam a ser circulantes na corrente sanguínea, podendo atingir títulos elevados. As IgG maternas podem atravessar a barreira placentária, portanto AC maternos contra AG eritrocitários fetais podem gerar casos de eritroblastose fetal (EF) ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).

Conclusão

Está sendo idealizada uma intervenção, na forma de aconselhamento para estas doadoras em idade fértil, quando o tipo de AC e o título do mesmo apresentarem relevância clínica para minimizar o risco de ocorrência de EF e/ou DHRN nas doadoras com PAI+.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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