Objetivos: A partir do estudo do transcriptoma de células-tronco de pacientes portadores de Mieloma Múltiplo (MM), tivemos o objetivo de validar o perfil da via de sinalização redox e de estresse oxidativo entre vivos e óbitos. Material e métodos: As amostras foram obtidas após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido e divididas em 2 grupos de comparação: pacientes vivos versus óbitos (óbito até 6 meses pós TMO). Para o transcriptoma, foi analisado o produto de leucoaférese de 28 pacientes com MM elegíveis para transplante autólogo de medula óssea (MO), mobilizados com fator estimulador de colônia de granulocitos (G-CSF). O RNA foi obtido utilizando-se o RNeasy Mini Kit (Qiagen, CA, EUA) e o transcriptoma analisado pelo sistema GeneChip Exon Humano 1,0 ST Array (Affymetrix, CA, EUA). Analisados com o software Partek® (http://www.partek.com) e pelo programa Metacore/portal Genego (Thomson Reuters), elencando vias superexpressas maior ou igual a 2 vezes (Up regulation ou down regulation). Foi selecionada para validação a via de sinalização redox e estresse oxidativo, analisando o produto de leucoaférese de 11 pacientes nas mesmas condições acima citadas. O perfil redox foi obtido através da avaliação de níveis circulantes de hidroperóxidos induzido por Butil (QL) e o perfil antioxidante medido através da capacidade antioxidante total (TRAP), ambos pela técnica de quimioluminescência de alta sensibilidade em tempo real. Foi calculado o índice de estresse através da relação pró/antioxidante. Os dados foram analisados no software OriginLab 9.0 e as comparações feitas no software GrapPadPrism 7.0 (p ≤ 0,05). Resultados: No perfil global não foram observadas diferenças significantes em relação à comparação dos perfis pró e antioxidante dos pacientes vivos versus óbitos, sendo a média de QL (2094539,429 e 2173588,75), do TRAP (1,409 e 1,281) e índice de estresse (1672569,885 e 2016150,010), óbitos e vivos respectivamente. No transcriptoma, as principais vias associadas aos genes diferencialmente expressos foram inflamação e resposta imune, estresse oxidativo e neuroimunomodulação. No grupo óbito observou-se que a capacidade antioxidante de células tronco de pacientes portadores de plasmocitoma foi 50% menor que no grupo sem plasmocitoma. Não foram observadas diferenças no perfil de estresse em relação ao padrão de resposta ao tratamento (parcial x completa). Discussão: é bem documentado que mudanças no balanço redox de células tronco podem causar o estresse oxidativo. O balanço redox é potencializador de quimiorresistência pela alteração na indução de apoptose, sendo alterado por algumas substancias. Um exemplo controverso é a glutationa (GSH) que age como antioxidante mas sem papel definido no prognostico final do paciente com MM. Já na presença do plasmocitoma, sabemos que ele se expande mediado por citocinas secretadas por plasmócitos malignos, e pode estar relacionada com o aumento do estresse oxidativo versus óbito. Conclusão: Até onde sabemos, este é o primeiro estudo com foco em análise do perfil redox de células tronco de pacientes com MO. Os achados permitem concluir que existem variações no perfil de estresse oxidativo das células tronco em relação à presença de plasmocitoma no grupo óbito, sem variações para os demais perfis analisados e sem diferença nas comparações entre vivos e óbitos, sugerindo que o estresse oxidativo pode estar implicado neste modelo em situações específicas.
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