Introdução: A Refratariedade Plaquetária (RP) é caracterizada pelo incremento não satisfatório na contagem plaquetária do paciente após a transfusão de concentrado de plaquetas em pelo menos dois episódios transfusionais consecutivos, preferencialmente infundindo plaquetas recentes (<48horas de coleta) e ABO idênticas. As causas da RP podem ser subdivididas em imunes e não-imunes. A principal causa imune é a aloimunização plaquetária por anticorpos contra Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) de Classe I e, em menor frequência, contra Antígenos Plaquetários Humanos (HPA). A RP imune pode ser diagnosticada por testes laboratoriais e os pacientes devem receber transfusões de plaquetas compatíveis para melhora do incremento plaquetário. Objetivo: 1) Identificar anticorpos anti-plaquetários em pacientes com RP usando as seguintes técnicas: Teste de imunofluorescência plaquetária (PIFT) e imunoensaio qualitativo através da plataforma Luminex. 2) Assegurar o suporte transfusional adequado para os pacientes apresentando anticorpos anti-plaquetários. Metodologia: No período de jul/2016 a jun/2020, as agências transfusionais da Fundação Pró-Sangue (FPS) identificaram os pacientes com RP imune e encaminharam as amostras para o laboratório de Imunohematologia Avançada da FPS para a investigação dos anticorpos anti-plaquetários. O PIFT é um teste de triagem para anticorpos anti-plaquetários e utilizado para compatibilização (“Crossmatch”) entre soro paciente e plaqueta a ser transfundida. Este teste identifica anticorpos direcionados contra os HLA de Classe I e/ou HPA presentes na superfície das plaquetas através da citometria de fluxo. É um teste altamente sensível, porém não especifico, e o resultado é determinado pela R = Razão da Mediana de fluorescência (MF) da amostra/MF do Controle Negativo. Os resultados são classificados como Positivo R > 1,45, Negativo R < 1,22 ou Inconclusivo R ≥ 1,22 e ≤ 1,45. O kit Pak LxTm Assay (Immucor, USA), é um imunoensaio qualitativo que detecta e diferencia anticorpos IgG contra HPA-1, -2, -3, -4, -5, GPIV e HLA classe I para utilização no equipamento Luminex xMAP®. Resultados: Foram atendidos 85 pacientes com suspeita de RP, sendo 63 pacientes hematológicos e onco-hematológicos, 14 pacientes com Trombastenia de Glanzmann, 4 pacientes com Síndrome de Bernard Soulier e 4 pacientes com Trombocitopenia Aloimune Neonatal (TAN). O PIFT foi realizado para esses pacientes com 806 concentrados de plaquetas por aférese (CPAF). Das 806 plaquetas testadas, 369 apresentaram resultado positivo, 345 apresentaram resultado negativo e 92 apresentaram resultado inconclusivo. Entre os 85 pacientes estudados, 16 foram selecionados para identificar a especificidade do anticorpo através do kit Pak LxTm Assay. Destes 16 pacientes, 9 apresentaram resultado positivo sendo 7 anti-HLA, 1 anti-HPA1a, 1 anti-HPA 1a1b,HPA3a3b, HPA4a4b, denominado como anti-CD41 e anti-CD61 e 7 pacientes apresentaram resultado negativo. Conclusão: A combinação de duas metodologias para identificação de anticorpos anti-plaquetários é uma estratégia laboratorial eficiente para o suporte transfusional nos pacientes com RP. O teste PIFT deve ser entendido como teste de triagem e de compatibilização plaquetária enquanto que o imunoensaio na plataforma Luminex se presta a identificar e classificar a especificidade dos anticorpos para posterior seleção de doador compatível.
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