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Vol. 43. Issue S1.
Pages S484 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S484 (October 2021)
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HYDREA E NEOPLASIA EM PACIENTES FALCIFORME
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FP Bernardes, FC Almeida, GAA Andrade, BF Mesquita, EL Silveira, MP Freitas, PHDS Klinger
Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

Hidroxiuréia é amplamente utilizado no tratamento de pacientes com anemia falciforme, o desenvolvimento de tumor secundário ao uso é mencionado como um dos efeitos colaterais. Dessa forma, o presente trabalho teve por objetivo realizar o levantamento de artigos que apontam para essa problemática.

Material e métodos

A pergunta norteadora foi: “o uso de hidroxiuréia pode induzir carcinogênese? ”. Os termos utilizados na pesquisa foram hydroxyurea, second malignancy e hydroxyurea-induced neoplasm. Foram consultadas a base de dados MEDLINE PubMed e os artigos selecionados tiveram como critério de inclusão: artigos completos, realizados em humanos, publicados em língua inglesa, entre os anos de 2016 e 2021. Foram excluídos artigos que não associaram o desenvolvimento de neoplasia com o uso de hidroxiuréia.

Resultados

Apesar da hidroxiuréia (H.U) ser de fácil uso e acesso e amplamente utilizado no tratamento de pacientes com anemia falciforme, não se sabe se o uso prolongado leva ao desenvolvimento de tumor. Ouassime Kerdoud e colaboradores (2021), por exemplo, publicaram um relato de caso de uma paciente em tratamento de trombocitopenia essencial com H.U e o consequente desenvolvimento de carcinoma de pele de células escamosas. Os autores ainda afirmam que existem diversos relatos de casos na literatura sobre o uso prolongado de H.U, mas que ainda não existe nenhum grande estudo sobre a temática. Outros autores também relataram HU como potencial carcinogênico. Yan Xu e Jian Liu (2019) descreveram uma paciente de 67 anos em tratamento de mielofibrose primária que desenvolveu lesões de pele concomitantemente com o tratamento de HU. Algumas das lesões desapareceram com a retirada da medicação, mas, a seguir, foi diagnosticada com carcinoma de pele de células escamosas em uma lesão remanescente em membro inferior. Os autores sugerem que esse é um processo cumulativo que persiste mesmo após a retirada do medicamento e que é um evento raro. Hilary Brown e Edwina Lamrock relataram o caso de uma paciente de 84 anos com trombocitopenia essencial tratada com 500 mg de HU por 18 anos que desenvolveu diversas lesões de pele em áreas expostas a radiação UV sendo posteriormente diagnosticada com carcinoma de pele de células escamosas.

Discussão

Tem sido discutido em relação ao uso de hidroxiuréia no tratamento de pacientes com anemia falciforme e os possíveis efeitos carcinogênicos da droga. O presente trabalho reforçou a necessidade de mais estudos, particularmente em pacientes com uso prolongado e alta doses da droga. Além disso, a necessidade de estudos do mecanismo e fisiopatologia. A radiação UV é o maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele. Estudos in vitro mostraram que a HU é capaz de inibir o reparo do DNA em células expostas a radiação UV podendo ser uma das causas do seu efeito carcinogênico. Ainda, estudos in vivo demonstraram que a hidroxiuréia era capaz de induzir estresse oxidativo que, associado com o dano da radiação UV, alterava a sinalização celular promovendo proliferação celular exacerbada.

Conclusão

Portanto, diante dos resultados encontrados, conclui-se que a necessidade de estudos nesta área assim como o questionamento da manutenção desta modalidade de tratamento em tempos de terapia genica e transplante de medula óssea.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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