Journal Information
Vol. 43. Issue S1.
Pages S392 (October 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 43. Issue S1.
Pages S392 (October 2021)
Open Access
FREQUÊNCIA DE HEMOLISINAS ANTI-A E ANTI-B EM DOADORES DE SANGUE DO GRUPO SANGUÍNEO “O” DO HEMOCENTRO COORDENADOR DA FUNDAÇÃO HEMOPA
Visits
1742
FRR Carvalho, KADS Barile, RS Vilhena, MG Carvalho, CEM Amaral, MK Palmeira, RBH Castro
Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA), Belém, PA, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 43. Issue S1
More info
Introdução

Em uma transfusão de plaquetas não isogrupo há o risco de reação hemolítica por anticorpos anti-A e/ou anti-B. A maior causa deste tipo de transfusão ocorrer, é devido à falta deste componente nos bancos de sangue haja vista sua validade ser de apenas cinco dias. A Portaria de Consolidação n° 5/2017 do MS, anexo IV, recomenda a realização do teste de hemolisinas para transfusões de plaquetas não isogrupo utilizando um método qualitativo com incubação a 37°C. Componentes sanguíneos com resultados de hemólise total ou parcial devem ser evitados em transfusões não isogrupo.

Objetivo

Este estudo se propôs a descrever a frequência de hemolisinas anti-A e anti-B nos doadores de sangue do grupo sanguíneo “O” da Fundação HEMOPA.

Metodologia

No período de junho de 2017 a março de 2018, foram selecionadas 1002 amostras de doadores do grupo sanguíneo “O” atendidos na Fundação HEMOPA. Foram realizados o teste qualitativo a 37°C para detecção de hemolisinas e teste quantitativo para detecção de títulos de anticorpos anti-A e anti-B. Das amostras testadas, em 12% foram realizados os mesmos testes nos componentes plaquetários correspondentes para uma comparação dos resultados. Sendo estes, 20 aféreses de plaquetas, 24 plaquetas randômicas (CP5) e 16 CPBC (concentrado de plaquetas pool de bufy coat). Todos os testes foram realizados em microplacas utilizando soro dos doadores e suspensão de hemácias A1, B a 5%.

Resultados

Das 1002 amostras testadas, 16% não apresentaram hemólise e 84% apresentaram hemólise por anti-A e/ou anti-B em qualquer grau (parcial ou total). Foi observado ainda que dos 841 doadores com hemólise em qualquer grau, 68% apresentaram hemólise por anti-A e anti-B, 24% hemólise por anti-A e 8% hemólise por anti-B. Em relação à titulação dos anticorpos, os dados mais significativos observados foram títulos menores que 1/64 apresentando hemólise total. No anti-A foram 14% no título 1/8, 22,7% no título 1/16 e 23% em 1/32. Na titulação do anti-B foi evidenciado hemólise total em 17% no título 1/8, 20% no título 1/16 e 23% em 1/32. Nos testes realizados nos hemocomponentes de aféreses plaquetárias e CP5 foi observado que houve uma diminuição da hemólise parcial/total quando comparados com as respectivas amostras de soro. E nos CPBC's, foi observada uma diluição dos anticorpos no resultado final do hemocomponente.

Discussão

Os resultados observados neste estudo são diferentes de alguns já descritos na literatura onde a frequência observada foi menor pois se considerou o teste de hemólise como padrão. Se a frequência neste estudo fosse descrita pelo teste de titulação, o resultado seria 28% doadores considerados perigosos com título de corte 1/64 e 13% com título de corte 1/128 o que revela que o teste de hemólise não se correlaciona com a titulação dos anticorpos. Outro dado relevante foi que o anticorpo anti-A apresentou maior percentual em graus de hemólise total e parcial (24%) em relação ao anti-B que obteve 8%. Estes resultados estão de acordo com os estudos realizados no Brasil onde os resultados descritos na pesquisa de hemolisinas demonstraram um percentual mais elevado no anticorpo anti-A.

Conclusão

O Ministério da Saúde recomenda o teste qualitativo à 37°C, porém não especifica em que amostra o mesmo deverá ser realizado. Talvez por este motivo os estudos descritos na literatura, descreveram a frequência de hemolisinas em testes realizados nas amostras de doadores e não nos hemocomponentes correspondentes. Assim, sugere-se a descrição de protocolos para investigação de reação transfusional em casos de transfusão de plaquetas não isogrupo, para posterior definição de qual seria a metodologia mais eficiente para uma transfusão segura.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools