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Vol. 43. Issue S1.
Pages S344 (October 2021)
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EVOLUÇÃO DOS CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE DO GÊNERO FEMININO NO BANCO DE SANGUE DO HOSPITAL SANTA MARCELINA EM 10 ANOS
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ST Alves, LE Lima, CAV Arroyo, JS Moreira, JSR Oliveira
Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

Elucidar através de gráficos e porcentagens, a ocupação de mulheres em espaços majoritariamente masculinos, sendo um deles a doação de sangue. Analisamos a evolução do gênero do doador do Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina ao longo de 10 anos (2011 a 05/2021) para determinar a linha de tendência das doações do sexo feminino e a importância de fortalecer o papel igualitário dos gêneros na sociedade.

Material e métodos

Através da coleta do dado “Quanto ao gênero do doador” informado no SISHEMO, coletamos as informações de 01/2011 a 05/2021 e avaliamos a evolução ao longo do tempo.

Resultados

Em 2011, o Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina apresentava média anual de 39,1% de doadores do sexo feminino, ao longo dos anos seguintes até 2019, essa taxa aumentou gradativamente e em 2019 atingiu 46,2%. Em 2020, pela pandemia por SARS-CoV-2, houve queda nessa tendência de alta, ficando em 44,6% a média anual. Em 2021, estratificando por mês, em janeiro houve 45,2% de doadoras e em maio atingiu 47,4%, índice superior à média mensal de 2019, mostrando que após a queda de 2020 a taxa voltou a crescer.

Discussão

A doação voluntária de sangue é um ato de causa humanitária, este comportamento é regido e administrado pelas diretrizes da lei vigente e padrões internacionais de qualidade para segurança dos receptores e dos doadores, diante disto, existem algumas restrições quanto a aptidão por gênero. Enquanto o candidato do sexo masculino pode doar 4 vezes em 12 meses, a candidata do sexo feminino tem algumas restrições a mais, podem doar sangue total até 3 vezes ao ano; as multíparas são excluídas da doação de plaquetas por aférese como forma de prevenir a lesão pulmonar aguda associada à transfusão (transfusion-related acute lung injury, TRALI), temos restrições relacionadas a gestação, amamentação, entre outras diferenças por gênero. Porém, essas peculiaridades podem ser compensadas com mais doadoras aptas. Dados de 2019 da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que mundialmente 33% das doações são feitas por mulheres, mas esse número pode ser muito baixo em alguns países. Em 14, dos 111 países que notificaram à pesquisa da OMS, menos de 10% das doações são feitas por doadoras. No Brasil, a participação feminina é mais expressiva, a média nacional da ANVISA em 2019, mostra que 42,63% das doações são do sexo feminino, a região Sul atinge o maior percentual, com 43,89%. No Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina os índices estão acima da média nacional, em 2019 alcançamos 46,20%, e em especial no mês de setembro/2019 esse índice atingiu 49,2%, maior índice da série histórica de 10 anos. Houve uma queda em 2020, mas apesar do momento sanitário em que o país se encontra, ainda ficamos acima da média nacional, com 44,65%. Em 2021 os índices mensais estão aumentando progressivamente, mostrando que com o avanço do controle da pandemia as mulheres estão retornando as doações. Tais números evidenciam a transformação e a evolução da expressão da mulher na sociedade a um caminho de empoderamento e emancipação do sistema patriarcal.

Conclusão

Manter os estoques de hemocomponentes suficientes para atender toda demanda transfusional de um hospital de grande porte que atende também a outros serviços é um desafio para o setor de captação e triagem. O equilíbrio entre quantidade diária constante e qualidade, tem que nortear as ações de recrutamento. O estímulo a esse grupo de doadoras é fundamental como ferramenta para o suporte aos estoques e está associado a evolução histórica do papel da mulher perante a sociedade que cada vez mais ocupa posições importantes enquanto membro ativo, mostrando a necessidade de dinamismo e coparticipação entre ambos. Todos juntos, pelo ato de doar-se.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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