O hemograma corresponde a um exame capaz de sinalizar quadros patológicos, como a existência de infecções, de malignidades, de hemorragias, dentre outros. Um clínico habilidoso, portanto, deve saber analisar corretamente esse exame, de forma a diagnosticar precisa e rapidamente seus pacientes. Mesmo assim, em muitas instituições de ensino superior, os graduandos relatam dificuldades na leitura do exame em decorrência da abordagem insípida e superficial do tema durante sua graduação. Ciente disso, a Liga Acadêmica de Hematologia do Acre junto à organização estudantil IFMSA Brazil UFAC promoveram o Simpósio sobre Leitura de Hemograma, com o objetivo de sanar lacunas educacionais e colaborar para a melhoria do atendimento médico.

Trata-se de um estudo retrospectivo, sendo um relato de experiência vivenciado por 9 acadêmicos da Universidade Federal do Acre em maio de 2021.

O Simpósio obteve um alcance em estados de todas as cinco regiões brasileiras, tendo em vista a localização das instituições de ensino registradas nos formulários de presença. Com uma predominância dos discentes de Bacharelado em Medicina (65%), também contou com a participação de estudantes e profissionais de outros cursos área da saúde. No formulário pré-evento do primeiro dia foi avaliado o conhecimento dos participantes sobre o Hemograma. Sendo assim, 51% relataram ter um conhecimento “Regular”, 26,4% declaram “Bom”e 19,3% relataram “Ruim”. No formulário pós-evento do primeiro dia, foi avaliado o conhecimento sobre Eritrograma, 56% responderam “Bom”e 31,5% responderam “Ótimo”, 11,3% “Regular”e 1,2% responderam “Ruim”. Já na palestra sobre Leucograma 53,6% responderam “Bom”, 31,5% “Ótimo”e 14,6% “Regular”. No segundo dia 6,1% dos participantes consideravam ter um nível ótimo de conhecimento em plaquetograma, 23,1% consideravam nível bom, 45,8% consideravam nível regular e 25,1% consideravam nível ruim. Após as palestras, 15,7% dos participantes relataram obter nível ótimo de conhecimento em plaquetograma, 48% indicaram ter nível bom, 32,3% indicaram ter nível regular e 4% indicaram ter nível ruim. Por fim, na análise do questionamento “Você considera que esse simpósio agregou de forma importante nos seus conhecimentos sobre Hemograma? ”, 92,8% dos participantes responderam que sim, 7,2% responderam a opção “de forma mediana”e não houve registros de marcação da opção “não”.

A partir dos resultados obtidos nos formulários, percebe-se que o simpósio teve grande impacto quanto a geração de informação e conhecimento. No primeiro dia, 49,2% consideravam “regular”o seu conhecimento sobre leucograma e, após a palestra, 53,6% assinalaram como “bom”, demonstrando uma melhora significativa na compreensão do tema. O mesmo modelo de perguntas foi utilizado para avaliar o conhecimento sobre eritrograma e plaquetograma, ambos obtiveram resultados semelhantes, com uma evolução do conhecimento dos participantes acerca da temática abordada. Além disso, 92,8% consideraram importante aprender sobre leitura de hemograma para a boa prática clínica, demonstrando a relevância do tema do simpósio para os acadêmicos e a necessidade de inseri-la na formação médica com uma maior ênfase.

Dessa forma, nota-se que o Simpósio sobre Leitura de Hemograma agregou à comunidade acadêmica de forma a tornar acessível a muitas pessoas o conteúdo proposto, de maneira gratuita e virtual.