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Vol. 43. Issue S1.
Pages S44 (October 2021)
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DOENÇA POR IGG4
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TY Barbeta, MV Ludwig, AA Paz, DB Lamaison, TB Soares, RS Ferrelli, JP Portich, AS Ribeiro, VR Siqueira, V Predebon
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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A doença relacionada a imunoglobulina G4 é um processo inflamatório caracterizado por infiltração tecidual por células plasmáticas portadoras de IgG4. É uma condição fibroinflamatória imunomediada que pode afetar vários órgãos. Há aumento de IgG4 sérica e tecidual, formação de agregados de linfócitos B e T e produção de interleucinas pró fibróticas. A apresentação clínica é variada, devido acometimento multissistemico. Há envolvimento subagudo de uma massa no órgão afetado ou aumento difuso de órgão e linfadenopatia assintomática é comum. Fibrose retroperitoneal é um dos subconjuntos de doença por IgG4 mais comumente encontrados. Pode haver envolvimento de aorta infra renal e simultaneamente das artérias ilíacas, levando a uretropatia obstrutiva por envolver os ureteres. Apesar dos estudos voltados para a patologia, os critérios diagnósticos ainda não estão estabelecidos, mas envolve achados clínicos e laboratoriais. Alguns estudos sugerem: (1) exame físico evidenciando nódulos ou massas, localizados ou difusos, em único ou múltiplos órgãos; (2) elevação sérica da concentração de IgG4 (>135 mg/dL); e (3) exame histopatológico mostrando infiltração de células plasmáticas >10/campo e células IgG4+/IgG+ >40%. A dosagem sérica de IgG4 elevada, biópsia de tecido apresentando infiltrado linfoplasmocitário, fibrose estoriforme, podendo haver eosinofilia tecidual leve e aumento de células positivas para IgG4 no tecido afetado. O tratamento da DR-IgG4 varia de acordo com os órgãos afetados e em alguns casos a conduta pode ser expectante, mas no acometimento de órgãos nobres é indicado tratamento agressivo. As drogas de escolha são os glicocorticóides, e os níveis de IgG4 sérica tendem a cair. Pode ainda induzir remissão da doença, mesmo se níveis de IgG4 aumentados. Se não tratada evolui para fibrose, levando à disfunção orgânica, e respondendo mal à terapia. Apresentamos um caso de doença por IgG4 com fibrose retroperitoneal. Paciente masculino, 64 anos, com histórico de massa retroperitoneal, associado à doença renal crônica não dialítica por obstrução ureteral crônica e perda ponderal de 8 kg nos últimos 6 meses. Deu entrada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por piora importante de função renal com necessidade de hemodiálise. Realizou tomografia de abdome que demonstrou lesão expansiva infiltrativa no espaço perirrenal a esquerda, circundando o rim e se estendendo para vasos renais e retroperitôneo, ao longo da aorta infrarrenal e vasos ilíacos, além de acometimento do pâncreas e adrenais. Prosseguindo a investigação de possível doença linfoproliferativa, a tomografia de região cervical e tórax não demonstrou adenomegalias. Exames laboratoriais evidenciaram anemia e plaquetopenia leves, elevação significativa de beta-2-microglobulina e LDH e hipergamaglobulinemia policlonal. Biópsia de lesão retroperitoneal demonstrou tecido conjuntivo fibroso colagenizado apresentando focos de infiltrado inflamatório linfoplasmocitário, a imunohistoquímica evidenciou positividade focal para IgG4. A biópsia de medula óssea não demonstrou aumento de células plasmáticas clonais. Havia aumento da dosagem sérica de IgG4 (2.170 mg/dL). Foi considerada hipótese de Doença por IgG4, e iniciado tratamento com glicocorticoide, com melhora clínica e estabilidade da lesão retroperitoneal. A possibilidade de reversão da fibrose enfatiza a importância do diagnóstico e tratamento precoce.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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