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Vol. 43. Issue S1.
Pages S317 (October 2021)
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DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS ABO E RH MATERNOS EM RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS NO HOSPITAL MUNICIPAL VILA SANTA CATARINA
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PS Batista, CY Nakazawa, SL Santos, MAJ Silva, TAO Paula
Hospital Municipal Vila Santa Catarina, Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

A aloimunização é uma resposta imunológica contra antígenos eritrocitários decorrente da exposição do indivíduo a antígenos não próprios, devido gestação ou transfusão incompatível. Ao ocorrer durante a gravidez, leva a hemólise fetal, também conhecida como Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN), que tem como causa principal a incompatibilidade materno fetal causada pelos sistemas ABO e RH. Neste estudo, foi realizada uma análise retrospectiva de 6883 prontuários de recém nascidos atendidos no Hospital Municipal Vila Santa Catarina (HMVSC) no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.

Objetivos

Determinar a frequência de anticorpos ABO e RH maternos em recém nascidos envolvidos no diagnóstico da Doença Hemolítica do Recém Nascido (DHRN).

Material e métodos

Foram analisados retrospectivamente os resultados da tipagem ABO e Rh, resultado do TAD, resultado do PAI, resultado do eluato e painel de hemácias de 6883 recém nascidos atendidos no Hospital Municipal Vila Santa Catarina, no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2020.

Resultados

Do total de 6883 recém natos atendidos, 1054 (15,3%) tinham incompatibilidade materno fetal. Destes 251 (23,8%) tiveram resultado positivo no Teste de Antiglobulina Direta (TAD) e 6 (2,4%) tiveram positividade na Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI). Dentre os que tiveram resultado de TAD positivo, 181 (72,1%) possuíam o anticorpo anti-A, 41 (16,3%) anti-B, 12 (4,8%) anti-D, 2 (0,8%) anti-E, 1 (0,4%) anti-c, 1 (0,4%) anti-K, 1 (0,4%) anti-s, 2 (0,8%) tinham a associação de anti-D + anti-A, 2 (0,8%) tinham a associação de anti-D + anti-B, 1 (0,4%) tinha associação de anti-C + anti-e, 1 (0,4%) tinha associação de anti-D + anti-G, 1 (0,4%) tinha associação de anti-E + anti-Jka e 5 (2,0%) tiveram resultado negativo no eluato. De todos os recém-nascidos que tiveram TAD e/ou PAI positivos, 175 (69,7%) eram do tipo A Rh positivo e 15 (6,0%) A Rh negativo; 45 (17,9%) B Rh positivo e 3 (1,2%) B Rh negativo; 12 (4,8%) eram O Rh positivo e 1 (0,4%) O Rh negativo. Apenas dois (0,8%) dos recém natos com resultado de TAD/PAI positivo necessitaram de suporte transfusional para tratar a anemia e ambos possuíam incompatibilidade por sistema RH e Kell. Nos casos de TAD positivo, 5 (2,0%) que tiveram resultado negativo para a identificação de anticorpos dos sistemas sanguíneos.

Discussão

A incompatibilidade materno-fetal pode ocorrer com diversos sistemas sanguíneos, porém os principais causadores são os sistemas ABO e Rh. Neste estudo, esses sistemas foram responsáveis pela incompatibilidade em separado ou associados, em um total de 244 (97,2%) dos casos, sendo a incompatibilidade ABO a mais frequente em 226 (90%) dos casos analisados, seguido de 18 (7,2%) pelo sistema RH sendo concordante com a literatura. O resultado de eluato negativo pode ser explicado pela positividade por proteínas do sistema complemento aderidos à hemácia, pela dissociação da imunoglobulina durante a lavagem da amostra ou por baixos títulos impossibilitando a detecção do anticorpo.

Conclusão

Em decorrência dos resultados obtidos e da análise dos dados, podemos concluir que a maior parte dos casos de aloimunização foi devido ao sistema ABO e Rh. Entretanto apesar do decréscimo na mortalidade, deve-se voltar a atenção para a incompatibilidade para outros sistemas sanguíneos envolvidos na DHRN que quando não tratados apresentam alta letalidade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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