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Vol. 43. Issue S1.
Pages S306 (October 2021)
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COLETA DE CONCENTRADOS DE GRANULÓCITOS POR AFÉRESE SEM HIDROXIETILAMIDA. AINDA VALE A PENA?
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C Almeida-Netoa,b,c, GM Santosb, DLF Silvab, AL Albieroa, DC Freitasa, AA Barbosaa, RC Martinsa, LBO Alvesb, V Rochaa,b,c, A Mendrone-Juniora,b
a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
b Departamento de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c Disciplina de Ciências Médicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Objetivos

A transfusão de concentrado de granulócitos (CG) é indicada em pacientes neutropênicos graves, em contexto de infecção refratária após 48h de tratamento com antimicrobiano específico, sem previsão de recuperação neutrofílica pelos próximos 5 dias, porém ainda tem benefício incerto na literatura. O estudo Resolving Infection in Neutropenia with Granulocytes (Blood 2015;29:2153-61) demonstrou melhora na sobrevida em pacientes que receberam CG em dose alta (0,6×109 granulócitos/kg), quando comparado com pacientes que receberam CG em doses mais baixas. A hidroxietilamida 450/0,7 PM 450.000 (HES) é um hemossedimentante que promove separação das camadas granulocítica e hemática, facilitando a coleta de CG por aférese. Devido a não disponibilidade do HES no mercado questionamos se é eficaz realizar a coleta de CG sem o hemossedimentante a fim de obter doses terapêuticas.

Métodos

Comparamos 10 coletas de CG com HES versus 10 coletas sem HES, utilizando dados referentes à idade, peso, altura, sexo, leucometria pré-coleta, volume processado em cada procedimento, volume da bolsa coletada e a quantidade de granulócitos coletados por unidade. Para as coletas, utilizamos o equipamento COM.TECH (Fresenius Kabi) e os doadores foram mobilizados 12 a 16h antes da coleta com 8 mg VO de dexametasona e 300 mcg/SC de filgrastim.

Resultados

Comparando as 10 coletas de CG com e sem HES as médias obtidas foram as seguintes: idade (33,4 vs. 39,5 anos); sexo (9 masculinos e 1 feminino vs. 10 masculinos); peso (81 vs. 92 kg); altura (1,74 vs. 1,77 m); leucometria pré-coleta (37,18 vs. 31,39 ×103 leucócitos/microlitros), volume processado (8575 vs. 9473 mL), volume da bolsa coletada (367 vs. 363 mL), contagem de granulócitos no produto (3,15 vs. 2,42 × 1010granulócitos/unidade). Os CG coletados sem HES apresentaram em média menos 23,2% de granulócitos/unidade.

Discussão

Nas coletas de CG sem HES o volume médio processado foi maior por não podermos contar com o uso do hemossedimentante. Por sua vez, a leucometria média pré-coleta dos doadores nos quais HES foi utilizado foi maior. Tendo em vista o baixo benefício do uso de CG fora da dose apropriada, consideramos que para pacientes com até 40 kg, ainda é possível obter doses terapêuticas de CG nas coletas por aférese, mesmo sem usar o HES.

Conclusão

A coleta de CG sem HES é factível, porém em média houve uma perda de efetividade de cerca de quando o HES não foi utilizado. Recomendamos manter as coletas de CG sem HES para pacientes com peso ≤40 kg. Uma mobilização das entidades médicas e de pacientes é necessária para disponibilizar o HES no mercado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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