A equipe multiprofissional de saúde deve oferecer apoio e auxilio no entendimento da doença, que é fundamental nesse período de transição, para ser bem sucedida requer uma avaliação basal e continuada das necessidades dos adultos jovens com DF, onde o mesmo pode questionar e expressar suas preocupações sobre o processo de mudança. Pensando nisso, surgiu à ideia da criação da Clínica de Transição no HEMORIO.
ObjetivoDescrever um relato de experiência, a Clínica de Transição no HEMORIO entre os anos de 2016 à 2020.
MetodologiaTrata-se de um estudo qualitativo e descritivo, do tipo Relato de Experiência, desenvolvido em um Instituto Estadual de referência em Hematologia e Hemoterapia, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Participaram deste estudo, 176 adolescentes com doença falciforme matriculadas nesta referida unidade, de ambos os sexos, na faixa etária 15 a 23 anos e que após a consulta médica, os adolescentes eram encaminhados para a consulta de enfermagem na Clínica de Transição. A produção dos dados foi produzida nos períodos de 2016 a primeira quinzena de março de 2020, através um questionário distribuído na consulta de enfermagem, estes desenvolvidos para avaliar o conhecimento dos jovens sobre sua patologia e tratamento: 1)Aplicação de um questionário desenvolvido para avaliar o conhecimento do jovem sobre sua patologia, transmissão genética, dor domiciliar, uso de medicações especiais, e outras necessidades. 2) Nesta abordagem, recebiam orientações sobre a transmissão genética, DSTs, Tratamento da dor domiciliar. A abordagem sobre hereditariedade é uma questão primordial dessa patologia, sendo fundamental num aconselhamento genético com o intuito de orientar sobre a tomada de decisões em relação a reprodução e ajudar a entender os outros aspectos da doença e, a prevenção sendo uma estratégia básica para o controle da transmissão ao das DSTs. Em relação à Dor, que consiste na complicação mais frequente na doença falciforme, os adolescentes e seus familiares recebem informações de como reconhecer a origem e a intensidade da dor, para que possam, no domicilio, proceder a uma hidratação adequada e fazer uso do analgésico tão logo surjam às dores, e procurar tratamento hospitalar caso essa medidas simples não sejam eficazes.
ResultadosDos 176 pacientes adolescentes que participaram das consultas, 81(46%) eram sexo masculino e 95(54%) feminino, sendo que 23(13,06%) eram gestantes. Dos adolescentes que responderam o questionário, no questionamento sobre sua patologia, 114(65%) demonstraram conhecer a sua patologia, porém relataram dúvidas em relação a probabilidade genética, após as orientações, observou-se que 145(82,75%) adolescentes conseguiram no final montar a sua família, em relação à transmissão genética, 30(17,24%) tiveram dificuldades em realizar o teste. 100% entenderam o que é o “traço falcemico”, 102(58%) não sabiam realizar o tratamento da dor no domicilio; 100(57%) relataram que sabem realizar e que a maioria das vezes tem auxilio da família durante a terapia prescrita e, 77(44%) não sabem realizar apesar da ajuda da família, porém relataram dúvidas na tomada dos medicamentos prescrita pelo médico; 97(55%) apresentaram dúvidas no aprazamento dos analgésicos, conseguindo realizar após a explicação as situações envolvidas, com resultado de 158(90%) e somente 75(42,6%) solicitaram acompanhamento psicológico.
ConclusãoConclui-se que o trabalho da equipe multiprofissional é fundamental para atingir os resultados de qualidade do cuidado prestado a essa população onde a educação é o foco principal.