Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 144-145 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 144-145 (November 2020)
243
Open Access
BLINATUMUMABE EM LEUCEMIA LINFÓIDE AGUDA DO ADULTO RECIDIVADA/REFRATÁRIA COM ALTA CARGA TUMORAL: RELATO DE CASO
Visits
2221
G.S.C. Juniora, M.R. Tarlaa, A.C.G.C. Ribeiroa, I.C. Agostinib, J. Mazaroskia, M.C. Crippaa, M.V. Pachecoa, M.P.M. Cruza, V.O. Codarinc
a Centro Universitário Barão de Mauá (CBM), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Faculdade Ceres, São José do Rio Preto, SP, Brasil
c Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Embora apresente elevadas taxas de incidência e de sobrevida global na infância, a Leucemia Linfóide Aguda – LLA inverte esta tendência nos adultos, apresentando baixas taxas de incidência e de sobrevida global. Isto ocorre, dente outros motivos, por diferenças no perfil citogenético, tendo as crianças mais fatores de bom prognóstico e os adultos mais fatores de mau prognóstico. Na tentativa de reverter esta desvantagem terapêutica, tratamentos inspirados nos protocolos pediátricos, em especial no BFM, têm sido utilizados, resultando em um incremento na taxa de sobrevida global. Apesar deste ganho, a LLA em adultos permanece com resultados terapêuticos ainda aquém do esperado. Para buscar novos incrementos na taxa de reposta e sobrevida, novas drogas estão sendo utilizadas, dentre elas os anticorpos monoclonais. Este relato se refere a uma paciente de gênero feminino, 35 anos, que foi diagnosticada com Leucemia Linfóide Aguda Pró-B, com 90% de blastos, em outubro de 2016. As pesquisas para a mutação BCR/ABL e infiltração de sistema nervoso central - SNC foram negativas. A paciente foi submetida a tratamento conforme Protocolo CCG-BFM, apresentando ao final da Indução, Remissão Completa - RC e Doença Residual Mínima - DRM positiva, com 1% blastos. Como não apresentava doadores familiares compatíveis, foi cadastrada no REDOME e teve seu tratamento continuado. No decorrer do tratamento a pesquisa de DRM por Imunofenotipagem foi repetida regularmente, apresentando-se sempre positiva, variando a contagem de blastos de 0,84% a 0,17%. Não foi encontrado doador compatível e o tratamento foi encerrado em dezembro/2018. Dez meses após o término do tratamento, a paciente apresentou Recidiva Medular, 47% de blastos, mantendo ausente a infiltração de SNC. Foi submetida a tratamento de resgate, conforme protocolo IDA-FLAG. Após reavaliação foi constatada a Refratariedade, 35% de blastos. Diante deste resultado, foi optado pela mudança para o protocolo HyperCVAD. Após a realização do Bloco A, a paciente foi reavaliada e apresentava Progressão da Doença, 81% de blastos. Diante deste quadro, se instalou um dilema terapêutico, buscar a redução da carga tumoral com o Bloco B e em seguida Consolidar com o Blinatumumabe, um anticorpo monoclonal bi-espefícico, anti-CD3 e anti-CD19, ou devido às baixas respostas aos tratamentos quimioterápicos tradicionais, usar imediatamente o Blinatumumabe, consciente que os resultados tendem a ser piores em pacientes com elevadas cargas tumorais? Foi optado pelo uso do Blinatumumabe, precedido de um curso de Citorredução com dexametasona 40 mg/dia/EV por 4 dias. Não foram observadas síndrome de lise tumoral ou efeitos infusionais. Quanto à toxicidade hematológica, houve somente neutropenia severa transitória. Todo o tratamento foi realizado com a paciente internada. Quinze dias após o término do tratamento, a Imunofenotipagem foi repetida e a paciente apresentava 0,003% de blastos, apresentando pela primeira vez desde o início do tratamento, DRM Negativa. Embora seja o relato de apenas um caso, os dados aqui apresentados sugerem que o uso de Blinatumumabe em pacientes adultos portadores de LLA Refratários/Recidivados com elevada carga tumoral constitui uma alternativa terapêutica viável.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools