Nos últimos anos, a gestão de custos em serviços de saúde tem sido cada vez relevantes em todo o mundo. Nos segmentos de prestação de serviços, o custo com recursos humanos tem grande representatividade nos custos totais e podem representar até 25% da receita da instituição, segundo estudos. Em meio a um cenário cada vez mais competitivo, as organizações de saúde passam a ter necessidade de gestão econômica, sem a qual não conseguirão viabilização e competição no mercado.

O objetivo do trabalho foi avaliar o impacto dos custos de bancos de horas e horas extras, após ações implantadas para essa gestão.

Foram implantadas ações para redução de banco de horas e horas extras em todas as unidades do Grupo GSH em janeiro de 2020, abrangendo um total de 1431 colaboradores. As ações implantas compreenderam treinamento e disseminação da cultura de gestão de banco de horas para os gestores locais, premiação para colaboradores e gestores das unidades que apresentassem redução de banco de horas ao final de ciclos de 3 meses e remanejamento de colaboradores interunidades para coberturas de faltas e atestados. Após um ano das ações implantadas, o custo de horas extras e banco de horas dos colaboradores foram comparados ao mesmo período do ano anterior (2019).

Durante o período 01 de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2019 o Grupo GSH apresentou em média R$ 299,00 de horas extras + banco de horas por colaborador. No mesmo período do ano de 2020 foi observado uma média de R$ 225,00 por colaborador. Em relação a folha de pagamento, o índice de horas extras médio do ano de 2019 foi de 5,90%, enquanto que em 2020 foi de 3,10%.

No ano de 2020 observamos uma redução de 25% na média de horas extras + banco de horas por colaborador em relação ao ano de 2019, além de uma redução de 47,45% no índice de horas extras em relação a folha de pagamento. O melhor gestor de custos é quem conhece profundamente as atividades desenvolvidas na unidade. O conceito de custo deve ser compreendido, como sendo além de uma questão econômica, uma questão também comportamental. Ações simples de educação e incentivo aos gestores e colaboradores trouxeram ganhos significativos para a instituição, mesmo em meio a pandemia COVID-19, um cenário ainda mais desafiador. A competitividade empresarial das organizações de saúde exige, cada dia mais, serviços com maior qualidade e preços mais baixos. Para ofertar serviços competitivos ao mercado, é imprescindível a manutenção dos custos, sem afetar a qualidade do serviço. Para essa realidade, a disseminação do conhecimento de gestão para os gestores locais tem se mostrado cada vez mais efetivo.