A administração do sangue é uma atividade habitual do enfermeiro, cujo desempenho está fortemente relacionado com a garantia da segurança do paciente e o gerenciamento das atividades pertinentes a terapia. Tendo em vista que a segurança transfusional é um processo que exige observância contínua das boas práticas, o objetivo deste estudo foi desenvolver um instrumento para monitorar a administração de sangue e identificar as principais fragilidades encontradas no procedimento.

Trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa realizado em uma instituição pública da região Norte do país, no período de dezembro de 2020 a fevereiro 2021. Para a coleta de dados foi elaborado um checklist com padrões e requisitos previamente definidos para realização da transfusão de sangue e componentes o qual foi preenchido durante o período de observação das práticas realizadas pelos profissionais e analisados por meio de estatística descritiva.

Foram identificados os itens que compuseram o checklist, que foi dividido em três etapas: pré-transfusional, transfusional e pós-transfusional. O checklist foi preenchido durante o acompanhamento de 52 transfusões. Na avaliação dos procedimentos transfusionais foi identificado inconformidade no período pré-transfusional e transfusional, principalmente nas transfusões de hemácias. As inconformidades evidenciadas foram identificadas na realização das seguintes atividades: Confirmação da identificação do receptor em dupla checagem (100%), realização da inspeção visual da bolsa (98,07%), monitoramento beira-leito durante os primeiros 10 minutos (88,46%) e orientação do paciente ao término da terapia transfusional (78,84%).

O presente trabalho evidencia o comprometimento da segurança transfusional em momentos específicos do procedimento. Nota-se, que embora os profissionais tenham o conhecimento apropriado, ainda existem negligencias em alguns procedimentos considerados fundamentais para garantia da segurança transfusional.