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Vol. 44. Issue S2.
Pages S66-S67 (October 2022)
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ANÁLISE DE RETROVIGILÂNCIA EM UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA DE SERGIPE
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RC Torres, MF Costa, LPS Dantas, PCCS Junior, CS Guimaraes
Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe (IHHS), Aracaju, SE, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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A retrovigilância é um dos principais processos de um serviço de hemoterapia, pois busca realizar uma análise retrospectiva dos resultados sorológicos de um doador que em uma primeira doação de sangue apresentava sorologia negativa. Permite a rastreabilidade das bolsas de hemocomponentes de doações anteriores nos casos de soroconversão ou de necessidade de investigação de reação transfusional tardia por transmissão de doenças pelo sangue, conforme preconizado pela Portaria n°158/2016 do Ministério da Saúde. Todo serviço de hemoterapia é obrigado a realizar exames laboratoriais de alta sensibilidade a cada doação, para detecção de marcadores para as seguintes infecções transmissíveis pelo sangue: sífilis, doença de Chagas, hepatites B e C, HIV/AIDS e HTLV I/II. Nos casos de sorologia reagente ou inconclusiva, o doador é convocado, informado e encaminhado para serviços de referência para o diagnóstico da possível infecção, bem como os casos são notificados às vigilâncias epidemiológica e sanitária. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, considerando as doações de sangue realizadas no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Sergipe (IHHS) no período de junho de 2009 a junho de 2022. Objetivou-se analisar a prevalência de retrovigilância associada à soroconversão de doadores por tipo de infecções transmissíveis pelo sangue. Resultados: Foram realizadas 102.768 (100%) doações de sangue no período estudado, destas 2.766 (2,7%) apresentaram sorologia reagente, com predomínio de 1.456 (52,6%) de Anti-HBc (marcador de hepatite B), seguida de 711 (25,7%) reagentes para sífilis, 169 (6,1%) para hepatite C e 430 (15,5%) para outros marcadores. Constatou-se que 496 (100%) doadores de repetição apresentaram soroconversão, sendo que 161 (32,5%) soroconverteram para hepatite C, 109 (22%) para sífilis, 118 (23,8%) para Anti-HBc, 38 (7,6%) para HIV e 70 (14,1%) para outros marcadores de infecções. Discussão: Destaca-se que, apesar do marcador Anti-HBc ser o mais prevalente ao considerar as doações com sorologia reagente, nos casos de soroconversão o marcador Anti-HCV (hepatite C) aparece em primeiro lugar. Vale ressaltar que os procedimentos de retrovigilância devem verificar se existem hemocomponentes oriundos daquela doação sororeagente no estoque para proceder o descarte, repetir os testes laboratoriais na mesma amostra da doação para validar o resultado inicial, bem como identificar o destino de todos os hemocomponentes das doações anteriores, respeitados os prazos preconizados de acordo com a legislação vigente. Conclusão: Os procedimentos de retrovigilância permitem a rastreabilidade do sangue doado e são cruciais para a segurança transfusional, assim como o acompanhamento da soroconversão contribui para que os doadores sejam prontamente encaminhados para elucidação de diagnóstico e início imediato do tratamento (se for o caso). Demonstrou-se a importância da melhoria das estratégias de promoção da saúde, em especial para a prevenção de infecções como hepatites B e C e sífilis na região do estudo. Como desfecho secundário, o IHHS implementou a distribuição de preservativos e folderes informativos sobre doenças transmissíveis pelo sangue e como preveni-las, para pacientes, doadores, acompanhantes, visitantes, fornecedores e colaboradores, pois se trata de uma questão de responsabilidade social e de saúde.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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