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Vol. 43. Issue S1.
Pages S312-S313 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S312-S313 (October 2021)
ANTÍGENOS DAS CÉLULAS DO SANGUE
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ALOANTICORPO DIRECIONADO A ANTÍGENO DE ALTA FREQUÊNCIA EM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA INFECCIOSA: RELATO DE CASO
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1998
AG Vizzoni, AFV Pascoal, FRM Silva
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (INI/FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

A detecção de aloanticorpos clinicamente significativos durante os testes pré-transfusionais é essencial antes de qualquer transfusão de sangue. Às vezes, anticorpos clinicamente insignificantes são responsáveis pelo atraso no atendimento ao paciente, pois podem interferir na identificação ou exclusão de aloanticorpos de importância clínica. Antígenos Chido e Rodgers não estão localizados intrinsecamente nas hemácias, mas no quarto componente do complemento (C4), que se liga aos glóbulos vermelhos do plasma. Os antígenos Chido (Ch) e Rodgers (Rg) estão presentes em 96%–98% da maioria das populações. No entanto, anticorpos contra antígenos de alta frequência dos sistemas Chido e Rodgers não tem sido implicados em RTFNH e na DHPN.

Relato de caso

Paciente MRRT, 60 anos, sexo masculino, SIDA, contagem de linfócitos T CD4+ 314 cel.mm3, CV indetectável, CA invasivo de reto com internação recente por hemorragia digestiva baixa e solicitado 2 concentrados de hemácias (Hb 6.2 g/dL). O paciente foi classificado como O positivo, PAI+ e identificação de anticorpos irregulares em gel LISS/Coombs (Bio-Rad) demonstrou o mesmo padrão de reatividade (2+) em todas as hemácias, com exceção de uma das células, sugerindo a presença de aloanticorpos direcionado a um antígeno de alta frequência. O painel NaCl/Enzima foi negativo, o que indicava também a possibilidade de se tratar de um anticorpo contra antígenos do sistema MNS e Duffy. Os testes de antiglobulina direta (TAD) e autocontrole (AC) foram negativos e o fenótipo estendido demonstrou que o paciente era R1r, K (-1,2,-3,4), JK (1,2), P1 (1), LE (-1,2), LU (-1,2), MNS (-1,2,-3,4) e FY (-1,2). Considerando a Fenotipagem do paciente e a interpretação do painel, observou-se que os anticorpos contra os antígenos do sistema MNS e Duffy para os quais o paciente era negativo não revelava a especificidade do anticorpo. Foi realizado então, o teste de inibição do plasma, onde os anticorpos presentes no soro do paciente foram neutralizados por um pool de 4 plasmas frescos de doadores de grupo AB. Em seguida foi refeita a identificação de anticorpos que revelou ser negativa. Como controle, o soro do paciente também foi diluído em salina na mesma proporção do pool de plasma (para evidenciar que não houve diluição do anticorpo) e resulto do painel mostrou-se igualmente positivo ao que foi realizado na triagem. O paciente recebeu uma unidade de concentrado de hemácias sem nenhum relato de reação transfusional e obteve alta 3 dias após a transfusão com hemoglobina 8.0 g/dL.

Conclusão

As características sorológicas sugerem a presença de aloanticorpos de especificidade anti-Ch/Rg no soro do paciente. Embora não estejam implicados em reações hemolíticas transfusionais e nem na Doença Hemolítica Perinatal, o manejo adequado permitiu um atendimento rápido e com segurança transfusional ao paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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