Elucidar quanto a importância da gestão de riscos e hemovigilância, visando minimizar a ocorrência de eventos adversos relacionados a transfusão ou identificá-los precocemente quando ocorridos, visando redução de danos ao receptor.

A transfusão, apesar de segura, possui riscos inerentes ao processo que podem ocasionar eventos adversos durante sua execução. Evidenciar esses riscos propicia a implementação de barreiras para mitigar sua ocorrência, junto às ações de hemovigilância que permitem a detecção precoce de incidências, corroborando para o manejo adequado e garantia da segurança transfusional.

Revisão integrativa, de abordagem qualitativa, realizada por meio de coleta secundária de dados, tendo como palavras-chave: transfusão; hemovigilância; eventos adversos.

: A compreensão acerca dos eventos indesejados durante a assistência hemoterápica fornece para a equipe multiprofissional subsídio necessário para o monitoramento das ações e suas fragilidades, colaborando para a verificação de ocorrência de quase-erros, incidentes e eventos adversos relacionados a transfusão, sejam eles resultantes de incidentes ou não, e eventos sentinela. Deste modo, foram identificadas as se inconformidades prováveis: 1) Requisição/prescrição do hemocomponente; 2) Identificação do receptor; 3) Coleta e identificação da amostra do receptor; 4) Testes imunohematológicos do receptor; 5) Liberação do hemocomponente; 6) Pré-administração do hemocomponente; 7) Administração do hemocomponente; 8) Hemovigilância do receptor. Para fins de hemovigilância, a ANVISA orienta acerca dos eventos passíveis de ocorrência durante o ciclo do sangue, não se limitando aos listados, devendo ser considerada sua de maneira individual de cada serviço sua probabilidade de ocorrência, impacto e consequente gravidade.

A gestão de riscos em saúde busca detectar inconformidades assistenciais precocemente, permitindo a aplicação de barreiras pertinentes atreladas ao desenvolvimento de estratégias de prevenção e mitigação efetivas no controle da incidência de riscos de modo a garantir a qualidade e segurança transfusional. É de responsabilidade dos serviços hemoterápicos de saúde que realizam transfusões a garantia de registros, investigação, análise do ciclo do sangue, tratamento preventivo e corretivo de não conformidades, notificação em tempo oportuno a autoridades sanitárias ou demais serviços envolvidos quando necessário.

A compreensão a respeito da gestão de riscos transfusionais propicia uma visão preventiva na assistência transfusional, sensibilizando a equipe multiprofissional na atenção aos cuidados, favorecendo a expertise para identificação assertiva e imediata de eventos adversos para implementação de medidas objetivando a redução de danos ao receptor. Salienta-se que a sinalização de não conformidades está sujeita a detecção pelos profissionais, necessitando do conhecimento técnico destes, bem como o entendimento a importância da notificação como oportunidade melhoria dos processos, qualidade da assistência e segurança transfusional, sem caráter punitivo ou culposo, mas sim educativo e corretivo.