Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma doença em que há a impactação de um ou mais êmbolos trombóticos na circulação pulmonar. Uma das suas complicações é a pneumonia bacteriana, que pode ser diagnosticada previamente ao quadro de TEP, retardando o seu diagnóstico. Objetivos: Enfatizar a necessidade de relembrar aos médicos e estudantes da possibilidade de coexistência de pneumonia e TEP em pacientes com sintomas clássicos ou não destas patologias, mesmo com Escore de Wells baixo. Relato de caso: Mulher, 44 anos, procedente de Natal, em uso há 17 anos de anticoncepcional injetável (enantato de noretisterona e valerato de estradiol), fez viagem de longo trajeto até a cidade de Ouro Preto-MG. Após seu retorno à Natal, referiu dor lombar à esquerda de caráter opressivo e pulsátil, piorando com movimentação e respiração e sem fator de melhora. Foi admitida na urgência, onde foi medicada para lombalgia com tramadol e decadron, e com cloridrato de ciclobenzaprina e etodolaco para tratamento domiciliar. Retornou à urgência por dois dias consecutivos sem melhora do quadro e no último deles foram solicitadas tomografia de abdome total, que evidenciou “área de consolidação parenquimatosa com áreas de opacidade em vidro fosco adjacente sitadas no lobo inferior do pulmão direito”e hemograma, com leucocitose de 13.500 com desvio à esquerda. Diagnosticada com pneumonia bacteriana, iniciou tratamento com moxifloxacino. No dia 19/09 à noite, a paciente retorna com mesma dor, sem melhora e é internada. No dia 21/09 após melhora da dor e leucócitos em 12.000, o tramadol é retirado e as dores retornam. Com isso, mesmo com seu escore de Wells de baixa probabilidade, solicitou-se o d-dímero, o qual veio alto; ultrassom de membros inferiores com doppler, sem evidência de trombo; e angiotomografia de tórax com contraste, que evidenciou “sinais de tromboembolismo pulmonar em ramos segmentares do lobo inferior direito”. Com isso, paciente foi diagnosticada com TEP, iniciou tratamento com rivaroxabana e fez investigação com hematologista, onde não foi constatado trombofilia. Discussão: Deste modo, podemos entender que pacientes com pneumonia e que apresentem fatores de risco para TEP, como idade maior que 40 anos, uso de anticoncepção injetável e imobilidade em viagem, associado com persistência dos sintomas, má resposta aos antibióticos ou início abrupto de novos sintomas durante o curso da doença subaguda, devem ser investigados para TEP. Com isso, será possível melhorar o prognóstico do paciente e diminuir a quantidade de complicações pela infecção e infarto pulmonar persistentes. Conclusão: Destarte, observa-se o quão retardado pode ser o diagnóstico de TEP quando este coexiste com uma pneumonia bacteriana, visto que suas apresentações clínicas podem se sobrepor. Assim, é importante que os médicos e estudantes fiquem atentos naqueles pacientes com diagnóstico de pneumonia, mesmo que seu escore de Wells seja de baixa probabilidade.
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