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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S172 (Outubro 2021)
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PERICARDITE SECUNDÁRIA AO USO DE CITARABINA EM PACIENTE COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA DE ALTO RISCO: RELATO DE CASO
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WF Silvaa, HA Castrallia, G Bellavera, A Zagoa, AB Penhaa, IR Pereiraa, MF Gomesa, PM Mariussia, IC Scharffb, KBM Mendesc
a Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), Santa Maria, RS, Brasil
b Hospital Regional de Cacoal (HRC), Cacoal, RO, Brasil
c Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, AM, Brasil
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Introdução

A pericardite aguda enquanto complicação quimioterápica é rara. A evidência clínica sugere que trata-se de uma reação ao quadro subjacente de miocardite grave. Dentre os casos relatados na literatura, a maioria ocorreu em pacientes recebendo terapia com altas doses de ciclofosfamida, como preparação para o transplante de medula óssea, ou em indivíduos tratados com antraciclinas.

Objetivo

Relatar um caso de pericardite secundária ao uso de citarabina em paciente com leucemia mielóide aguda (LMA).

Descrição do caso

Masculino, 35 anos, natural do Uruguai, interna por hemorragias de mucosas e tríade leucêmica: hemoglobina 4,8; leucócitos 12.130 com 57% de blastos; plaquetas 7 mil. Avaliação medular em mielograma: eritroblastos cerca de 10% da celularidade, série branca hipercelular representada por blastos mielóides 70%; megacariócitos presentes. Anatomopatológico: Hipercelular para a faixa etária com representação das três séries hematopoiéticas; povoada por numerosas células precursoras sugestivas de linhagem mieloide; raras células de linhagem eritróide e megacariocítica; reticulogênese grau 0. Imunofenotipagem: 49,5% de células mielóides imaturas (14,5% monocíticas) com imunofenótipo aberrante, diminuição da série granulocítica, aumento da série eritróide na amostra. Citogenética: cariótipo complexo com t(4;17),t(?;14); del(5), del(7); trissomias do 8, 15, 21 e hipotriplodia mn(62̃70). Eletrocardiograma (ECG) admissional em ritmo sinusal. RX de tórax normal. Enquanto aguardava-se o ecocardiograma, foi iniciado quimioterapia apenas com citarabina em 20/03/21, todavia, após três dias de infusão, evoluiu com dor torácica e hipotensão. Suspenso citarabina. ECG mostrou supra de ST em V2-V6 e aVL; Ecocardio em 22/03/21 com fração de ejeção 58% com comprometimento segmentar do ventrículo esquerdo (VE), sem derrame pericárdico (DP). Ressonância cardíaca de 30/03/21: volumoso DP; hipocinesia inferior e ínfero-septal médio-apical de VE; dissincronia interventricular sem sinais de tamponamento. Ecocardio 31/03/21: DP importante com leve repercussão hemodinâmica. Optado pela drenagem pericárdica, a qual a cultura detectou Pseudomonas aeruginosa e Enterococcus faecalis, feito tratamento antimicrobiano. Controle ecográfico em 09/04/21 completa resolução do derrame. Re-iniciado esquema 7+3, todavia a doença evoluiu de maneira refratária com blastos e devido complicações, paciente foi a óbito.

Discussão e conclusão

Na literatura, alguns casos de pericardite isolada, sem ocorrência simultânea de pleurite, secundária ao uso de citarabina foram relatados. Além disso, são encontradas descrições de edemas pulmonares não cardiogênicos devido à síndrome de vazamento capilar, sem derrame ou apenas com derrame pericárdico leve, como complicação à terapia com citarabina na leucemia aguda. No presente caso, em que além da cardiotoxicidade expressa pela pericardite, houve derrame pericárdico após quimioterapia com citarabina, todavia que melhorou posteriormente, permitindo realizar novamente o esquema 7+3. Dado o uso recorrente da citarabina no tratamento de doenças hematológicas malignas, como leucemias agudas e linfomas, faz-se prudente alertar médicos e demais profissionais para esse potencial complicação do medicamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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