Compartilhar
Informação da revista
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S6 (Outubro 2021)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S6 (Outubro 2021)
Open Access
HIPOFOSFATEMIA GRAVEMENTE SINTOMÁTICA APÓS ADMINISTRAÇÃO DE CARBOXIMALTOSE FÉRRICA - CASO CLÍNICO
Visitas
1279
MM Deveza, C Peixoto, C Camara, A Beleza
Serviço de Imuno-Hemoterapia, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHLN), Lisboa, Portugal
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 43. Núm S1
Mais dados
Introdução

O fósforo tem um papel importante em vários processos biológicos, estando a paratormona e a Vitamina D envolvidas na manutenção do seu balanço. As formulações de ferro endovenoso, tais como a carboximaltose férrica (CMF), são geralmente seguras para a maioria dos doentes. A hipofosfatemia transitória assintomática está descrita em ensaios clínicos da CMF, sendo mais frequente na doença inflamatória intestinal.

Caso clínico

Mulher de 45 anos, 57 kg, com anemia ferropénica (Hb 10.2 g/dL, ferritina 27.5 ng/ml; saturação de transferrina 12 %), sem outras alterações analíticas (fosfato 1.03 mmol/L, potássio 4.2 mmol/L), ou outras comorbilidades, nomeadamente doença intestinal. Foi medicada com 1000 mg de CMF. Inicia quadro de mialgias, cefaleias intensas e astenia, três dias após o tratamento. Estes sintomas foram se agravando até ao nono dia, tendo recorrido ao serviço de urgência hospitalar com cefaleia intensa, mialgias, astenia, cansaço extremo, fraqueza muscular e dispneia, sem febre. O teste SARS-CoV-2 foi negativo; fósforo sérico 0.34 mmol/dL. Iniciou 10 mmol de fosfato monopotássico 12/12h, até ao 13°dia, sem melhoria clínica. Nesta altura foram doseados o cálcio (8.4 mg/dL); a vitamina D total (23 ng/mL e a PTH (58.9 pg/mL). Até ao 21°dia foi mantida a reposição com fosfato monopotássico, ao 27° dia por não haver melhoria significativa dos sintomas foi feita reavaliação analítica (fosfato 0.26 mmol/dL; K+ 4,4 mmol/L; ca 9.3 mg/dL). A sintomatologia cessou 2 meses após a terapêutica com CMF (fosfato 1.07 mmol/dL; potássio 4,2 mmol/L; vitamina D 26.7 ng/mL).

Discussão/Conclusão

A hipofosfatemia transitória assintomática é descrita nos ensaios clínicos da CMF. A farmacocinética revela que o nível sérico de fosfato diminui na segunda semana após a administração de CMF, voltando aos valores normais entre a 4ª e a 12ª semana. Contudo, existem notificações de casos isolados de hipofosfatemia grave sintomática, após administração de CMF, na ausência de outros fatores de risco, cuja sintomatologia mais frequente é a presença de astenia, fraqueza muscular generalizada e mialgias, como se descreve no presente caso clínico, podendo obrigar a tratamento de correção.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas