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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S152-S153 (Outubro 2021)
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CITARABINA E VENETOCLAX COMO PROTOCOLO DE RESGATE PARA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA DE ALTO RISCO REFRATÁRIA: UM RELATO DE CASO
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JMC Cabrala, LHA Ramosb, FZ Piazerab, JVP Netob, RS Vasconcelosb
a Instituto de Câncer de Brasília (ICB), Brasília, DF, Brasil
b Centro de Câncer de Brasília (Cettro), Brasília, DF, Brasil
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MFC, masculino, 26 anos, com diagnóstico de Leucemia Mieloide Aguda (LMA) com alterações relacionadas à mielodisplasia pela classificação da Organização Mundial de Saúde, 2016 e de risco adverso de acordo com os critérios do European Leukemia Net de 2017. Ao diagnóstico, apresentava 73,94% de blastos na imunofenotipagem de sangue periférico e cariótipo complexo: 46, XY, t(1;15;12) (q3? 1;q1? 1.2;q24.? 3), del(7) (q22) [20]. Foi submetido a tratamento de indução com o protocolo 7+3 em janeiro de 2020. Na reavaliação medular após o término da indução, caracterizou-se falha de resposta devido à presença de 14% de blastos. Optado por realizar tratamento de resgate com a combinação Venetoclax e Citarabina endovenosa na dose de 2 g/m2 por 5 dias. Após 1 ciclo de tratamento, o paciente apresentou remissão completa com doença residual mínima (DRM) negativa e realizou consolidação, em abril/2020, com transplante de medula óssea (TMO) alogênico aparentado HLA idêntico. Após o TMO, manteve-se com tratamento imunossupressor com ciclosporina. Evoluiu com doença do enxerto contra o hospedeiro crônico de fígado, pele, pulmão e articulação, com a necessidade do uso de micofenolato e prednisona para tratamento destas complicações. Na última avaliação medular, no D+210 após o TMO, mantinha DRM negativa. O paciente em questão está mantido em seguimento clínico com reavaliações clínicas e laboratorias periódicas. A LMA é um dos tipos mais comuns de leucemia em adultos. Antes considerada uma entidade única, hoje sabe-se é uma doença heterogênea, caracterizadas por diversos perfis fisiopatológicos, clínicos, citogenéticos e moleculares que se beneficiam de terapias seletivas individualizadas e têm sobrevidas variáveis. A LMA com alterações relacionadas à mielodisplasia é um desses subtipos, que representa cerca de 25–34% de todos os casos de LMA. Possui um pior prognóstico, menores taxa de remissão completa e sobrevida global. Além disso, muitas vezes é menos responsiva a regimes de quimioterapia de indução intensiva padrão, o regime 7 + 3, que combina 7 dias de citarabina em infusão contínua com 3 dias de antraciclina. Por esse razão, tem-se estudados novas opções terapêuticas. O medicamento oral venetoclax em combinação com um agente hipometilante, ou em combinação com citarabina em baixa dose, foi aprovado no Brasil para pacientes recém-diagnosticados com LMA e que são inelegíveis para quimioterapia intensiva. A aprovação foi fundamentada em dados de dois estudos clínicos randomizados - o M14-358, que avaliou venetoclax em combinação com agentes hipometilantes e M14-387, estudo clínico que trouxe resultados de venetoclax em combinação com baixa dose de citarabina. Neste segundo, o protocolo optado para o tratamento do paciente em questão, foi demonstrado que pacientes que receberam venetoclax em combinação com baixa dose de citarabina apresentaram taxa de remissão completa/remissão incompleta de 25,6% e 20,7% respectivamente. Trata-se, portanto, de um caso relevante em que houve remissão com posterior consolidação com TMO em um paciente jovem, de alto risco, submetido a um protocolo de resgate previamente considerado sobretudo para pacientes não elegíveis a quimioterapia de alta intensidade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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