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Vol. 42. Issue S2.
Pages 370 (November 2020)
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TAXA DE INCIDÊNCIA E RISCO RESIDUAL DE INFECÇÃO POR HIV, HBV E HCV EM DOADORES DE SANGUE NO HEMOCENTRO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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A.P.A. Santosa, C.L.C. Trindadea, A.R. Silvab, S.N. Meloa, M.B. Oliveirab, V.S. Beloa
a Universidade Federal de São João Del Rei, São João Del Rei, MG, Brasil
b Fundação Hemominas, Belo Horizonte, MG, Brasil
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A transmissão agentes infecciosos por transfusão pode ocorrer quando o doador recém-infectado não é identificado na triagem clínica, quando o analito não for detectável no NAT e não for positivo ainda na sorologia. Além disso, o agente sobrevive em condições de armazenamento e produção de produtos sanguíneos, finalizando por causar a infecção quando inoculado por via intravenosa. As estimativas do risco residual (RR) de infecções transmitidas por transfusão são essenciais para monitorar a segurança do suprimento sanguíneo e para avaliar o efeito potencial de novos testes de triagem em diferentes países do mundo. O presente estudo é do tipo retrospectivo e são analisados os resultados de sorologia e NAT de HIV, HCV e HBV dos doadores de repetição das unidades da Fundação Hemominas. A taxa de incidência, foi calculada pela razão entre os indivíduos identificados como conversores sobre o número total de pessoas sob risco, multiplicado por 100.000 doações. O RR foi obtido por meio da multiplicação da taxa incidência pelo tempo de janela, como descrito pelo modelo de estimativa de SCHREIBER, 1997. As análises descritas foram realizadas por meio de dados obtidos da Fundação Hemominas Softwares: HEMOTEPLUS 2019 e R, v. 3.4.1. Os resultados mostraram que do total de 1.387.698 doações de repetição, respectivamente para o HIV, HCV e HBV, 1073, 1147 e 511 tiveram diagnóstico positivo em pelo menos um dos testes após um diagnóstico inicial anterior negativo. A taxa de incidência global do HCV (10,34/100.000/pessoas-ano) foi maior do que as taxas de HIV (9,68/100.000/pessoas-ano) e de HBV (4,61/100.000/pessoas ano). O RR de transfusão contaminada com HBV (0,32) foi maior do que o RR de HIV (0,29) e de HCV (0,31). Entretanto, o maior risco foi atribuído ao período em que se realizava apenas a sorologia para o HBV. Assim como este estudo, outro realizado no sul do Brasil, o RR do HCV (1,58/100.000 pessoas-ano) mostrou resultados superiores aos de HIV (1,01/100.000 pessoas-ano). Diferente dos resultados encontrados no banco de sangue do norte do país, onde o RR de HIV (0,38/100.000 pessoas-ano) foi maior do que o de hepatite C (0,13/100.000 pessoas-ano). A maior prevalência de casos de hepatite C no sul e sudeste do Brasil pode justificar o maior RR quando comparadas ao norte do país. Além disso, as formas de transmissão da hepatite C se estendem os comportamentos considerados de risco, além do sexual. O estudo mostrou que, antes da implementação do NAT nas triagens para o HBV, o risco residual era de 0,3286/100.000 doações, enquanto que, após a implementação da plataforma NAT, o risco foi reduzido para 0,1391/100.000 doações.

Palavras-chave: Risco residual; Taxa de incidência; Doenças infecciosas; NAT; Sorologia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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