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Vol. 42. Issue S2.
Pages 111-112 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
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RELAÇÃO ENTRE DOSAGEM DE VITAMINA D E LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA
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O.A.L. Leite, L.F. Antunes, V.M. Sthel, I.L. Arce, V.L.P. Figueiredo, P. Vicari
Serviço de Hematologia, Hospital do Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: A leucemia linfocitica crônica (LLC), caracterizada pela proliferação e acúmulo clonal de células B maduras CD5+, é uma doença que acomete mais a sétima década de vida. Sabemos que pacientes idosos apresentam características imunes diferentes de um adulto jovem, tais como níveis de células supressoras derivadas de mieloides (MDSCs). Estudos recentes mostram que frequentemente esta doença pode ser iniciada pela perda ou adição de material cromossômico (del 13q, del 11q e trissomia 12), seguida mais tarde por mutações adicionais que a tornam mais agressiva. Dados recentes sugerem que o acúmulo de monócitos CD14+ com níveis baixos de HLA-DR estão associados à progressão da LLC. Células CD14+ HLA-DRlow pertencem à população MDSCs. As MDSCs são um grupo heterogêneo de células mielóides imaturas ativadas que surgem, principalmente, no microambente tumoral, sendo recrutadas e se acumulando em vários tumores, suprimindo o sistema imunológico e facilitando a progressão tumoral. Neste contexto, estudos recentes mostram tendência de correlação negativa entre o número absoluto de MDSC e os níveis de vitamina D em indivíduos jovens. Idosos possuem maior população de MDSC como também apresentam menores níveis de vitamina D, podendo sugerir uma associação entre níveis de vitamina D e atividade das MDSC, fato importante no cenário da LLC pela sua prevalência em idosos. Objetivos: Avaliar o nível de vitamina D em pacientes com LLC. Casuística e métodos: Foram avaliados 22 pacientes com diagnóstico de LLC, de 2012 a 2019, através do prontuário eletrônico, correlacionando idade, data do diagnóstico e dosagem de vitamina D neste momento. A partir destes dados foi montado uma tabela de associação. Resultados: A idade média ao diagnóstico de LLC de 71,14 anos (DP ± 9,89), 16 mulheres: 6 homens. Oito apresentavam dosagem de vitamina D <20 ng/mL, caracterizando deficiência; 7 apresentavam dosagens entre 20 ng/mL e 30 ng/mL (dosagem insuficiente); e 7 apresentavam valores > 30 ng/mL de vitamina D. Em uma análise por sexo, na dosagem deficiente, 7 mulheres:1 homem; insuficiente, 4 mulheres: 3 homens; suficiente, 5 mulheres: 2 homens, mostrando uma porcentagem quase idêntica entre homens e mulheres quando separados com a dosagem de 30 ng/dL, sendo que aproximadamente 30% de cada subgrupo apresentou valores >30 ng/dL (31% das mulheres e 33% dos homens). Discussão: No presente estudo a maior parte dos pacientes com LLC (cerca de 70%) apresentou baixa dosagem de vitamina D ao diagnostico, em concordância com trabalhos anteriores em que a vitamina D pode estar associado a fisiopatologia da LLC através das MDSCs. A baixa dosagem pode estar associada a uma progressão da doença levando ao seu diagnóstico. Porem em nossa análise, não verificamos o desfecho destes pacientes, fato que poderia ser importante para avaliar o valor prognostico da vitamina D nesta patologia. Conclusão: a baixa dosagem de vitamina D pode estar ligada a fisiopatologia da LLC e na associação desta patologia com as MDSCs e consequentemente no pior prognostico e resistência terapêutica, entretanto, maiores trabalhos podem ser desenvolvidos para uma melhor correlação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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