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Vol. 42. Issue S2.
Pages 468-469 (November 2020)
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LINFOMA NÃO-HODGKIN DE GRANDES CÉLULAS B MIMETIZANDO NEOPLASIA DE GLÂNDULA SALIVAR MENOR EM PALATO - RELATO DE CASO
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K.H.S. Nóbrega, C.R.C.C. Silva, G.C. Jaguar, E.S. Moreira, F.D. Costa, T.M.B.S. Rocha, F.A. Alves, M.H.A. Lima
Hospital AC Camargo Cancer Center, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução: Os tumores malignos de cavidade oral são infrequentes, constituem apenas 5% de todas malignidades. Dentre as neoplasias malignas de cavidade oral, os linfomas representam cerca de 2% a 10% desta ocorrência. Os linfomas são divididos em dois subgrupos, os linfomas de tipo Hodgkin (LH) e não-Hodgkin (LNH). Essa divisão apresenta-se de acordo com suas diferenças biológicas, histológicas, imunofenotípicas e padrões de comportamento. Em geral, o LNH possui um pior prognóstico e uma manifestação mais agressiva, porque quando diagnosticado, os pacientes já estão em estágio avançado da doença. Sendo assim, o diagnóstico correto e em fase inicial do LNH é fundamental para um desfecho clínico favorável. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de LNH difuso de grandes células B, tipo não centro germinativo em palato mole e ressaltar a importância do diagnóstico diferencial com lesões de glândulas salivares menores. Relato de caso: Paciente do gênero feminino, leucoderma, 30 anos, compareceu em consulta no ambulatório de Estomatologia do A.C. Camargo Cancer Center, em novembro de 2017, relatando aumento de volume em palato com sangramento oral há 2 semanas. Referiu que em junho do mesmo ano evoluiu com quadro de otite severa à esquerda, procurou otorrinolaringologista em serviço externo, fez uso de antibiótico associado a corticóide sem melhora clínica. Evoluiu duas semanas após com o aparecimento de uma lesão tumoral em cavidade oral. Negou comorbidades, uso de outras medicações de forma contínua e demais queixas em cavidade oral. Ao exame clínico extraoral não foram observadas alterações significativas. Ao exame clínico intraoral observou-se a presença de lesão tumoral em palato mole à esquerda com extensão à região orofaríngea, ultrapassando a linha média, medindo cerca de 4 cm, de superfície lisa e coloração semelhante à mucosa adjacente, assintomático. Como hipótese de diagnóstico inicial sugeriu-se adenoma pleomórfico, carcinoma mucoepidermóide ou carcinoma de nasofaringe. Ao exame de tomografia computadorizada observou-se lesão expansiva heterogênea no espaço mucoso faríngeo da nasofaringe e orofaringe à esquerda da linha medida, acometendo palato mole, tonsilas faríngeas, recesso faríngeo e o toro tubário, medindo cerca de 3,8×2,8×4,5 cm. A paciente foi submetida à biópsia incisional e o exame anatomopatológico e o painel imuno-histoquímico confirmaram o diagnóstico de Linfoma difuso de grandes células B, tipo não centro germinativo. A paciente foi encaminhada ao serviço de Onco-Hematologia onde recebeu tratamento antineoplásico composto por Rituximabe + CHOP com 6 ciclos até março de 2018. Atualmente, paciente apresenta regressão total de lesão em exames de PET, sem sinais de atividade neoplásica e está em seguimento clínico à cada 6 meses. Conclusão: O Linfoma em cavidade oral, apesar de ter ocorrência rara, é a segunda neoplasia maligna mais comum neste sítio. O diagnóstico precoce através da realização de biópsia incisional, correlacionada aos exames de imagem, é fundamental para exclusão de diagnósticos diferenciais, como neoplasias de glândulas salivares menores. Além de ressaltar que o conhecimento por parte do cirurgião-dentista torna-se imprescindível para um correto direcionamento clínico para um tratamento adequado e aumento na taxa de sobrevida destes pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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