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Vol. 42. Issue S2.
Pages 226 (November 2020)
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LINFOMA DE CÉLULAS T CITOTÓXICO PRIMÁRIO DE VÉRTEBRA
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S.R. Loss, J.F. Bombonatti, L.M. Carvalho, M.M. Langhi, P. Bachour, O.C.G. Baiocchi, J.O. Bordin, J.P.Z. Filho, Y. Menezes, A.N.R. Abdo
Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil
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Descrição do caso: Feminino, 63 anos, casada, 2 filhos, caucasiana. Histórico de adenocarcinoma de reto tratado em 2004 com cirurgia, sem necessidade de terapia adjuvante. Iniciou em Maio de 2020 quadro de dor lombar de carácter progressivo, inicialmente associada ao movimento, porém evoluindo com piora inclusive ao repouso. Fez uso de antiinflamatórios não esteroidais sem sucesso e foi encaminhada ao Ortopedista e dado histórico oncológico da paciente solicitou uma Ressonância Magnética de Coluna Total que revelou lesões infiltrativas nos corpos vertebrais de T7 e L1 com componentes de partes moles e compressão moderada da face ventral do saco dural. Foi submetida à biópsia óssea guiada por Tomografia da lesão de L1 cujo resultado demonstrou neoplasia de grandes células infiltrando tecido óssea de corpo vertebral. A imunohistoquímica confirmou tratar-se de um Linfoma de Células T citotóxico (CD3+, CD8+, GranzimaB+, TIA-1+, Ki67+ alto índice, EBER negativo, CD4 negativo, CD20 negativo) e no estadiamento com PET-CT foi observado acometimento exclusivo das vértebras T7 e L1 com a biópsia de medula óssea sem infiltração (Estadio Clínico Ann Arbor IVA, IPI: 3). Sorologias virais negativas, função renal, hepática e cardíaca adequadas. Iniciado quimioterapia com CHOEP em 17 de Julho de 2020, evoluindo já no primeiro ciclo com melhora da dor. Discussão: Os linfomas primários de vértebra são extremamente raros e perfazem menos de 0,1% de todos os linfomas, o fenótipo mais comum é o de células B (85%), mediana de 45 anos ao diagnóstico, leve predileção pelo sexo masculino (56%) e na maioria dos pacientes (86%) se apresentam com dor em região de coluna ou síndrome de compressão medular. O tratamento mais comum é quimioterapia (CHOP como backbone), seguido ou não de Radioterapia, porém pouco se sabe sobre o papel da profilaxia intrecal ou papel do transplante de medula óssea, dada a escassez de dados. O manejo cirúrgico nas síndromes de compressão medular pode ocorrer em casos selecionados porém sem impacto na sobrevida global. A sobrevida global em 3 anos na maior casuística já publicada foi de 81,1% e na análise multivariada os fatores associados à pior desfecho foram localização em coluna torácica, mais de 5 áreas acometidas na coluna e a não realização de Quimioterapia. O presente caso tem como objetivo além de descrever um grupo raro de linfoma de apresentação isodala em coluna espinhal, relatar o fenótipo de células T citotóxico até então não descrito na lituratura médica. Neste caso em especial, dada a raridade, foi optado por iniciar o tratamento com quimioterapia (CHOEP – etoposídeo 1 dia) e quimioterapia intratecal profilática com metotrexate e dexametasona, com boa evolução clínica após o primeiro ciclo. Porém muitas dúvidas ainda não estão respondidas, haja vista a agressividade dos linfomas de células T citotóxico, como a consolidação com transplante autólogo de medula óssea, a necessidade de Metotrexate em altas doses ao final da quimioterapia e mesmo o papel da Radioterapia. A amostra de parafina foi enviada para avaliação genética e ainda não obtivemos o resultado. Conclusão: Os linfomas primários de vértebra são um grupo extremamente raro e relatamos, em nosso conhecimento, o primeiro caso de imunofenótipo de Células T citotóxico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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