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Vol. 42. Issue S2.
Pages 94 (November 2020)
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IMPLICAÇÃO DO TROMBOEMBOLISMO VENOSO EM PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO DE LITERATURA
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R.D.N. Benvindo, I.D. Rêgo, G.L.D. Miranda, M.E.S.O. Araújo
Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, PI, Brasil
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Objetivos: Sintetizar a produção científica acerca do mecanismo do tromboembolismo venoso e sua implicação em pacientes com câncer. Material e métodos: Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão de literatura, realizada nas bases de dados PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando os descritores “tromboembolismo venoso”AND “câncer”. Foram definidos como critérios de inclusão: artigos publicados de 2015 a 2020, em português, inglês e espanhol. Foram elencados 25 artigos nas bases de dados (PubMed e SCIELO), e após a análise rigorosa das pesquisas, selecionados 15 artigos. Resultado: A doença neoplásica associa-se a um aumento na incidência de eventos tromboembólicos, apresentando risco de 5-6 vezes maior comparados com a população geral. Isso acontece, pois, as células neoplásicas ativam o mecanismo de coagulação, induzindo estados de hipercoagubulidade, além das condições associadas que os pacientes oncológicos são expostos como quimioterapia, cirurgias, radioterapias, cateteres venosos centrais e internações longas que predispõem um maior risco para TEV. Alguns dos artigos selecionados demonstraram, por exemplo, que a quimioterapia aumenta esse risco em 6 vezes. Além disso, o tromboembolismo venoso pode aparecer como uma implicação frequente da doença oncológica já conhecida ou pode preceder também ao diagnóstico de câncer, se manifestando como primeiro sinal ou sintoma da doença. Discussão: O tromboembolismo venoso representa uma condição que se manifesta como trombose venosa profunda e/ou embolia pulmonar, esta potencialmente fatal. O câncer é um fator de risco importante para o TEV uma vez que está presente em todos os elementos da tríade de Virchow. Entre as abordagens científicas analisadas, um estudo destacou que o repouso prolongado no leito e a compressão extrínseca dos vasos sanguíneos pelas massas tumorais podem acarretar estase venosa. Com relação à lesão endotelial, pode invadir a parede vascular pelo tumor ou pelo cateter venoso central implantando, ou uma lesão endotelial secundária ao tratamento quimioterápico, aumentando o fator de von Willebrand. Já em relação à hipercoagulabilidade, pode promover redução dos níveis plasmáticos dos inibidores naturais da coagulação: antitrombina e proteínas C e S, além do aumento do fator tissular, do fibrinogênio e do inibidor da ativação da plasmina, como também no lançamento de micropartículas derivadas do tumor, ricas em potentes fatores teciduais prócoagulantes e citocinas capazes de provocar a ativação endotelial. Associado a isso, as características do próprio paciente (idade avançada, gênero, etnia), além das suas comorbidades e fatores relacionados ao tumor (tipo de tumor, estágio e extensão do câncer) e ao tratamento também estão relacionados ao risco tromboembólico. Conclusão: A relação entre o mecanismo do tromboembolismo venoso e o câncer é evidente. Logo, por se tratar de um evento frequente e de impacto negativo na sobrevida dos pacientes oncológicos, ao identificar o paciente mais propenso a desenvolver TEV é importante intervir rapidamente, quer seja na profilaxia ou no tratamento de forma mais eficaz.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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