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Vol. 42. Issue S2.
Pages 45-46 (November 2020)
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HEMÓLISE EXTRAVASCULAR ASSOCIADA À OCORRÊNCIA E RECORRÊNCIA DE ÚLCERA DE PERNA NA DOENÇA FALCIFORME
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E.D.C. Santosa, P.V.B. Santanaa, G.I.V. Meloa, L.L.S. Jesusa, S.P. Carvalhob, C.M. Kanetoa, E.V. Adornoc, T.C.C. Fonsecaa,d, M.S. Gonçalvesb, M.M. Aleluiaa
a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, Brasil
b Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional (LIGHT), Instituto Gonçalo Moniz (IGM), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Salvador, BA, Brasil
c Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil
d Centro de Referência em Doença Falciforme de Itabuna (CERDOFI), Itabuna, BA, Brasil
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A doença falciforme (DF) compreende um grupo de hemoglobinopatias que possuem, em comum, produção de hemoglobina S e fisiopatologia caracterizada por hemólise, ruptura de hemácias, intra e extravascular. O fígado concentra boa parte da hemólise extravascular com consequente comprometimento da função hepática em longo prazo, evidenciado por biomarcadores específicos. Nesse contexto, a úlcera de perna na DF, lesão cutânea na região maleolar, tem sido associada à hemólise como fator etiológico. Entretanto, o papel da hemólise extravascular na fisiopatologia da úlcera de perna ainda não está completamente compreendido. Diante do exposto, esse estudo objetivou avaliar biomarcadores hepáticos como componentes da hemólise extravascular para caracterização fisiopatológica da úlcera de perna em pacientes com DF. Estudo de corte transversal descritivo realizado no Centro de Referência a Doença Falciforme de Itabuna, Bahia, no período de julho a novembro de 2019. Os pacientes incluídos nessa casuística foram diagnosticados com DF (AF ou HbSC), em estado estável e fora de terapia transfusional. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram coletados 15mL de sangue periférico para posterior análise pelos analisadores automatizados SYSMEX KX21 e COBAS para os seguintes biomarcadores: aspartato aminotransferase (AST/TGO), alanina aminotransferase (ALT/TGP), bilirrubina total e frações, gama glutamil transferase (GGT) e lactato desidrogenase (LDH). As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS versão 20.0 e os valores de p<0,05 foram considerados significativos. Nesse estudo foram incluídos 64 pacientes com DF, sendo 16 pacientes com úlcera de perna (UP+) e 48 sem presença ou história prévia da úlcera (UP-). As análises demonstram níveis elevados de biomarcadores hepáticos em pacientes UP+: AST/TGO (U/L): 55,81±39,88 (p=0,025); GGT (U/L): 88,19±67,71 (p=0,030); LDH (U/L): 763,19±347,95 (p=0,021); bilirrubina total (mg/dL) 2,88±2,20 (p=0,024); bilirrubina indireta (mg/dL) 2,56±2,16 (p=0,022). Além disso, marcadores hepáticos, como AST/TGO, ALT/TGP, GGT, LDH e bilirrubina direta e indireta, em conjunto, foram associados à recorrência da úlcera de perna (2 a 7 vezes) (R2=85,4; p=0,002). Em virtude do exposto, o presente estudo sugere que a hemólise extravascular pode exercer papel na etiopatogenia da úlcera de perna na DF, bem como na recorrência das lesões em conjunto com outros fatores, como inflamação, vasculopatia e hipóxia tecidual. Dessa forma, o estudo de marcadores hepáticos associados à hemólise extravascular pode constituir importante ferramenta na elucidação de mecanismos fisiopatológicos da úlcera de perna que ainda não estão completamente compreendidos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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