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Vol. 42. Issue S2.
Pages 313 (November 2020)
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HEMOGLOBINOPATIAS EM CRIANÇAS NASCIDAS NO MUNICÍPIO DE JOINVIILE, SANTA CATARINA
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D.G.B. Araújo, M.B. Araújo, L.G. May, J.A.G.S. Luchetti
Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), Joinville, SC, Brasil
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Objetivos: Avaliar o número de casos de hemoglobinas variantes em crianças nascidas em Joinville e relacionar com dados epidemiológicos oficiais. Método: Estudo retrospectivo, quantitativo e qualitativo referentes aos nascimentos no município de Joinville no período de 1 de Janeiro de 2010 a 31 de Dezembro de 2015. Analisadas as bases de dados dos hospitais referência (Maternidade Darcy Vargas, Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, Centro Hospitalar Unimed de Joinville, Hospital Dona Helena) e os registros oficiais do Teste do Pezinho confirmados no Hospital Infantil Joana de Gusmão. Os dados foram analisados através do software Excel. Resultados: Foram avaliados 56772 nascimentos (21180 na rede privada e 35592 da rede pública). Encontrou-se um total de 100 casos de hemoglobinas variantes no período, sendo: 80% FAS, 8% FAC, 5% FAD, 2% ALFA-TALASSEMIA, 1% SS, 1% FAE e não houve descrição da hemoglobina variante em 3 casos (3%). Quanto à etnia, Brancos foram mais acometidos (63%), seguidos de Sem Caracterização (33%), Pardos (2%) e Negros (2%). No serviço privado, encontramos 91 casos de hemoglobinas variantes, sendo elas FAS (77), FAD (5), FAC (8) e FAE (1). Na rede pública, foram 9 casos de hemoglobinas variantes, sendo 3 FAS, 2 alfa-talassemias e 1 SS e 3 sem descrição. Discussão: A Portaria N° 1.391, de 16 de Agosto de 2005, institui diretrizes para assistência às pessoas com hemoglobinopatias e garante o seu seguimento, integrando-as à rede de assistência do SUS a partir, prioritariamente, da hemorrede pública. Também é função do Estado a criação, alimentação e manutenção de um banco de dados com cadastros dos pacientes, a fim de facilitar aconselhamento genético, melhorar qualidade dos serviços e do tratamento, diminuindo o fardo econômico no Sistema de Saúde e a mortalidade. A principal hemoglobina variante no município foi a FAS e está de acordo com as estatísticas mundiais. A incidência encontrada no período avaliado de HbFAS (1:662 nascidos vivos) e HbSS (1:51019 nascidos vivos) diverge dos dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde (1:65 para HbFAS e 1:13500 para HbSS). Tratando-se da maior cidade de Santa Catarina com cobertura do Teste do Pezinho em torno de 90%, a última parece menos provável e nos faz considerar que, se há subnotificação dos dados, esta não se dá pela falta de testes, mas sim com a análise e utilização dos dados. Conclusão: No período do estudo, em Joinville, nasceram 100 crianças com presença de hemoglobina variante detectadas no teste do pezinho. Sendo as mais frequentes: FAS (80%), FAC (8%), FAD (5%). A maior parte dos nascimentos ocorreu na rede pública, acometendo mais a raça branca. Os indicadores oficiais de Traço Falciforme e Anemia Falciforme foram maiores do que os dados encontrados, evidenciando uma subnotificação dos dados do PNTN em Joinville. Por consequência, também não houve cumprimento da Portaria no 822 de 2001, do Ministério da Saúde, nem da Portaria no 1391, de 16 de Agosto de 2005, pois os dados não são compilados adequadamente em bancos de dados oficiais do estado, nem do município.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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