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Vol. 42. Issue S2.
Pages 310-311 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
Pages 310-311 (November 2020)
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EXISTEM FATORES PREDITIVOS DE PIOR EVOLUÇÃO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM COVID-19?
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T.S. Vilelaa, J.A.P. Bragab, A. Angelb, S.R. Loggettoa
a Departamento de Hematologia Pediátrica, Hospital Infantil Sabará, São Paulo, SP, Brasil
b Hematologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos: Descrever os achados de hemograma em pacientes até 10 anos de idade com COVID-19. Métodos: Estudo de dados do hemograma de pacientes internados ou em observação no pronto socorro com COVID-19. Resultados: No período entre 18/03 e 12/08/2020 foram identificados 197 pacientes com idade ≤ 10 anos e infecção por SARS-CoV-2 (RT-PCR ou IgM ou IGA). Nesta análise interina, 124 pacientes foram liberados do pronto atendimento apenas com a pesquisa viral e 73 (37%) foram internados, coletado hemograma e obtidos seus dados clínicos e demográficos. A idade média foi de 33,6 meses (mediana 17 meses; 0-126 meses); 61,6% eram meninos. Comorbidades estavam presentes em 23/73 (31,5%) casos, sendo as mais comuns a anemia falciforme e a neuropatia (5 casos cada). A febre foi a principal queixa (74%). Dos pacientes considerados graves que necessitaram UTI (n = 14, 19%) e/ou com sepse (n = 8; 11%) e/ou com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) (n = 4, 5,5%), 6 tinham comorbidades (3 neuropatas). Anemia ocorreu em 12 (16,4%) pacientes (Hb média 11,6 g/dL, mediana 11,8 g/dL; 5,9-15,8 g/dL) e, destes, 6 tinham anemia hemolítica hereditária. A média dos leucócitos foi 11.055/mm3 (mediana 8.910/mm3; 2.220-33.920/mm3), 14 pacientes com leucocitose > 15.000/mm3 e 5 com leucopenia < 4.100/mm3. Neutrofilia ocorreu em 14 (19,2%) pacientes e neutropenia em 7 (9,6%), apenas uma grave em paciente assintomático com neutropenia autoimune. Eosinofilia foi observada em 6 (8,2%) pacientes. A linfopenia ocorreu em 23 (31,5%) pacientes, atipia linfocitária em 43 (58,9%) e monocitose > 1.000/mm3 em 35 (48%). A média de plaquetas foi 304.727/mm3 (mediana 307.000/mm3; 8.000-955.900/mm3). Plaquetopenia < 150.000/mm3 ocorreu em 10 (14%) pacientes e < 50.000/mm3 em 2 (2,7%). A média de internação dos pacientes não graves (n = 57) foi de 3 dias (mediana 2; 0-24 dias) e dos pacientes graves (n = 16) foi de 10 dias (mediana 8 dias; 3-25 dias). As alterações mais comuns nos pacientes com evolução mais grave (16 UTI e/ou sepse e/ou SIM-P) foram monocitose (63%), leucocitose (37,5%) e neutrofilia (32%). Dos 23 pacientes com linfopenia, 3 (13%) tiveram sepse e necessitaram UTI e um (4,3%) precisou apenas de UTI. Ocorreu um óbito em paciente neuropata que teve leucocitose, neutrofilia e linfopenia e evoluiu para SIM-P. O desfecho foi favorável em 98,6% dos pacientes. Discussão: Diferente dos adultos, tanto a linfopenia quanto a plaquetopenia não estiveram associadas a pior prognóstico. A porcentagem de pacientes com linfopenia foi semelhante nos pacientes graves e não graves. Acreditamos que a elevada frequência de atipia linfocitária deve-se ao fato de ser uma infecção viral. Nos 4 pacientes com SIM-P, os achados do hemograma não permitiram associação prognóstica, enquanto na literatura a linfopenia e a trombocitopenia foram relatadas nos pacientes com SIM-P. Chama a atenção a alta frequência de pacientes com monocitose associada a evolução mais grave. Conclusão: Nos pacientes menores de 10 anos as principais alterações hematológicas foram monocitose e linfopenia, encontrando-se nos casos mais graves a monocitose.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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