Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 481 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 481 (November 2020)
809
Open Access
EVOLUÇÃO CLÍNICA DISTINTA EM GÊMEAS MONOZIGÓTICAS PORTADORAS DE HEMOGLOBINOPATIA SC: RELATO DE CASO
Visits
1408
H.I.S. Santana, Y.V.S. Oliveira, B.A. Jesus, A.C.M. Marques, J.M. Silber, G.O. Campos, L.M.B. Xavier, G.F. Borges, L.F. Generoso, L.G.D. Jr
Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Objetivos: Analisar as características clínicas de pacientes gemel. Material e método: Revisão de prontuário de duas pacientes seguidas no ambulatório de hematologia pediátrica. Resultados: Gemelar H.J.N.P (I) e gemelar H.J.N.P (II), sexo feminino, 13 anos, brancas, admitidas para atendimento no ambulatório de hematologia pediátrica em 2017. As pacientes apresentavam-se com queixa de dor aguda em membros superiores e inferiores. Previamente diagnosticadas com hemoglobinopatia SC. Pacientes apresentavam evolução clínica semelhante até início da adolescência. Neste momento, gemelar I refere ter apresentado um episódio de crise álgica com necessidade de atendimento emergencial e subsequente uso de opioides enquanto gemelar II apresentou quatro atendimentos no mesmo período. Em todos houve uso de opioides. Sem outras queixas ou comorbidades. Atualmente fazem uso das medicações: penicilina V, hidroxiureia e ácido fólico. Exames complementares: eletroforese de hemoglobina: Gemelar I – HbA1 = 0%, HbA2 = 3,9%, HbF = 4,5%, HbS = 47,2%, HbC = 44,5%; Gemelar II – HbA1 = 0%, HbA2 = 3,7%, HbF = 5,9%, HbS = 46,3%, HbC = 44,1%. Hemograma: Gemelar I – Hemácias = 3,6 milhões/mm3, Hb = 10,2 g/dL, Ht = 28,3%, VCM = 89,6 fL, HCM = 32,3 pg, CHCM = 36 g/dL, RDW = 13,9%, leucócitos = 5,30 mil/mm3, plaquetas = 93 mil/mm3; Gemelar II – Hemácias = 3,17, Hb = 10,9, Ht = 28,8%, VCM = 90,9, HCM = 32,8, CHCM = 36,1, RDW = 13,8%, leucócitos = 5,55, plaquetas = 111 mil. Discussão: Apesar da hemoglobinopatia SC ser uma doença de origem genética, sabemos que interações ambientais são capazes de modular a apresentação clínica. Neste relato pudemos observar diferenças nos quadros clínicos de cada gemelar, com sintomatologia mais grave e maior número de procura do serviço de urgência pela gêmea II. A literatura aponta que alto índice de Ht e baixo número de HbF predispõem a mais episódios dolorosos em pacientes com hemoglobinopatias SC. Entretanto, observamos em nossos casos que apesar de a gemelar II ter apresentado HbF maior e Ht menor após a primeira consulta, esta apresentou maior número de crises álgicas. Estudos com gêmeos monozigóticos são importantes para demonstrar a heterogeneidade clínica da doença, mostrando que mesmo indivíduos geneticamente similares podem apresentar manifestações clínicas distintas. Neste cenário, destacamos a importância que, eventualmente, fatores ambientais possam ter tido na influência sobre o fenótipo e, consequentemente, sobre o curso clínico em nossas pacientes. Conclusão: Identificar e estabelecer uma relação entre fatores genéticos e ambientais na evolução clínica de pacientes gemelares portadores de hemoglobinopatia SC pode contribuir para uma melhor compreensão sobre os fatores desencadeantes das distintas complicações.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools