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Vol. 42. Issue S2.
Pages 385 (November 2020)
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE TRALI E TACO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
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M.V.V. Neto, E.P.C. Braga, L.G.D.N. Júnior, R.V. Melo, A.J.S. Alvarez, J.R.P.B. Cavalcanti, P.F.L.A. Espínola, B.F. Gambarra, D.R. Sousa
Centro Universitário de João Pessoa, João Pessoa, PB, Brasil
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Objetivos: Diferenciar e compreender o conceito de injúria pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI) e da sobrecarga circulatória associada à transfusão (TACO), para que se possa entender sua clínica e aplicar o tratamento adequado em cada. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa realizada através dos bancos de dados da Scientific Eletronic Library online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed, na língua inglesa e portuguesa. A coleta de dados foi realizada no período de 2 a 7 de agosto de 2020. Para viabilizar a coleta, foram utilizados como descritores: “TRALI transfusion reaction”e “TACO transfusion reaction”. Resultados: A TRALI é um possível efeito adverso da transfusão sanguínea e apresenta uma incidência, estimada em 1 a cada 5000 transfusões. Contudo, ela é potencialmente fatal, sendo a reação transfusional que mais ocasiona óbitos em números absolutos. É ocasionada principalmente por um ataque dos anticorpos do doador contra leucócitos do paciente. Outra doença que pode ser causada pela transfusão é a TACO, que pode ocorrer em pacientes susceptíveis: idosos, crianças e indivíduos com disfunção cardíaca. TRALI e TACO têm uma clínica muito semelhante, mas com tratamentos distintos, o que torna urgente a necessidade do conhecimento a fim de que haja um tratamento mais eficaz, reduzindo as estatísticas de óbito. Discussão: Tanto a TRALI quanto a TACO cursam com edema pulmonar, sendo este não cardiogênico na TRALI, na qual a conduta é suspender a transfusão de imediato, fornecer suporte ventilatório e uso de vasopressores caso o paciente apresente quadro de choque hipovolêmico. A TACO cursa com edema pulmonar cardiogênico e a conduta é suspender a transfusão, colocar o paciente em posição sentada, administrar diurético e fornecer suporte ventilatório se necessário. Já no paciente com TRALI, a conduta não deve estar relacionada com a administração de diuréticos, podendo agravar o quadro do paciente, levando até mesmo a um choque hipovolêmico, uma vez que a pressão do paciente com TRALI geralmente está normal ou baixa. Desse modo, se o médico se depara com um quadro semelhante ao de TRALI e TACO, ele deve atentar-se a alguns fatores que podem ajudar a decidir qual conduta deve ser tomada. Se o paciente estiver com a pressão arterial alta, tiver evidência de cardiopatia – como insuficiência cardíaca congestiva- o pro-BNP estiver alto e, durante a ausculta cardíaca, o paciente apresentar B3, deve-se suspeitar de TACO. Se o paciente apresentar febre, a pressão arterial estiver baixa e o pro-BNP estiver baixo, deve-se suspeitar de TRALI. Conclusão: Portanto, torna-se indubitável a necessidade do médico diferenciar TRALI de TACO, a fim de adaptar a conduta clínica corretamente para o paciente e evitar que um paciente com TRALI receba o tratamento para TACO e, consequentemente, piore o seu quadro clínico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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