A solicitação de reserva de hemocomponentes, mas especificamente o concentrado de hemácias em cirurgias para correção de fratura de fêmur com potencial risco de sangramento é um método que pode promover o uso racional do sangue. Nosso hospital esta em crescimento e expansão, logo levantamos a necessidade de instalar protocolos otimizados de reserva cirurgica afim de preservar os estoques de sangue e diminuir custos, promovendo em paralelo maior segurança para a equipe cirurgica e especialmente para os pacientes, sendo assim, optamos por delinear um estudo esimando a incidencia das solicitações de reserva de concentrado de hemácias (CH) em cirurgias de correção da fratura de fêmur nos últimos dois anos afim de a partir destes resultados propor novos protocolos. Os dados foram coletados dos prontuários eletronicos e no sistema de dados da agência transfusional do campo de estudo. Participaram do estudo todos os pacientes submetidos a cirurgia de correção da fratura de fêmur entre maio de 2018 a maio de 2020, que atenderam aos critérios de inclusão. A população de acesso (n) deste estudo constituiu-se de 258 participantes. Utilizamos a estatistica descritiva e teste qui-quadrado, risco relativo, razão de chances para analisar a associação de variaveis sóciodemograficas e clínicas, referentes ao procedimento cirurgico com a hemotransfusão de CH. Para análise multivariada utiizou-se a regressão logistica binominal. A incidência de solicitação de reservas foi de 95,55% (possibilidade de transfusão no intra e no pós operatório), 71 pacientes (27,51%) receberam a hemotransfusão, 30 deles receberam apenas 1 unidade de CH (42,25%) e 37 receberam 2 unidades ou mais de CH (52,11%). Houve significancia estatística (p<0,10) para as variaveis do sexo feminino. Nossos dados corroboram com a literatura, porém fica nítido a necessidade de padronização do protocolo de reservas em ortopedia, contudo, delineamos uma tabela explicativa e de orientação para somar ao protocolo existente colocando pacientes com Hb > 11 g/dl do sexo masculino, com idade inferior a 60 anos apenas com testes imunohematológicos prévios. Como perspectiva futura delineamos uma proposta de pesquisa para aplicação de protocolo RIOS (recuperação intraoperatória de sangue) afim de observar sua eficácia em cirurgias de fratura de femur, tendo em vista que o mesmo já é utilizado em demais procedimentos na ortopedia.