Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 335 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 335 (November 2020)
556
Open Access
ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTES ATENDIDOS NO HEMONÚCLEO DE PONTA GROSSA – PARANÁ
Visits
1812
M. Pellissaria, C.E.S. Clarab, L. Garbuioc, B.R. Cruzb, D.C.K. Boratob
a Hemonúcleo de Ponta Grossa, Ponta Grossa, PR, Brasil
b Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa, PR, Brasil
c Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, Ponta Grossa, PR, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Objetivos: A transfusão sanguínea é um procedimento de grande contribuição na prática clínica atual. Porém, a transfusão de hemácias pode apresentar riscos, como o desenvolvimento de aloanticorpos. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência e a especificidade de aloanticorpos eritrocitários em receptores fenotipados do Hemonúcleo de Ponta Grossa, Paraná; no período de 2017 a 2019. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal retrospectivo com informações obtidas (idade, sexo e resultados dos aloanticorpos eritrocitários detectados) do banco de dados do SBS.WEB (Sistema de Banco de Sangue). Resultados: Foram investigados 156 registros de fenotipagem, 98 (62,8%) demonstraram a presença de aloanticorpos eritrocitários. A idade média da população estudada foi de 54,84±21,17 anos, com maior frequência de aloanticorpos eritrocitários em indivíduos do sexo feminino, na faixa etária entre 20 e 40 anos. Foram detectados 139 aloanticorpos eritrocitários em 98 pacientes avaliados, principalmente Anti-D e Anti-E > Anti-K > Anti-C > Anti-c. Observou-se 64 (65,3%) pacientes com aloanticorpo único e 34 (34,7%) com aloanticorpos eritrocitários múltiplos. Na forma isolada foram detectados principalmente Anti-D > Anti-K > Anti-E, Na forma associada, a combinação mais frequente foi entre Anti-C e Anti-D. Discussão: Uma possível explicação para a maior presença de aloanticorpos eritrocitários no sexo feminino, entre 20 e 40 anos, é alta frequência de aloimunização durante a gravidez. Mesmo que, nas últimas décadas, a aloimunização eritrocitária exibiu redução, devido à imunoprofilaxia com administração de anti-D em mulheres Rh-D negativas, a aloimunização ainda representa uma complicação grave na saúde perinatal. Historicamente, é mais provável que os anticorpos anti-D ocasionem hemólise grave, mas outros anticorpos também são importantes. Mais de 50 antígenos eritrocitários do sistema Rh são conhecidos por causar a doença hemolítica perinatal. Além do sistema sanguíneo ABO, os anticorpos clinicamente significantes são aqueles nos sistemas de grupos sanguíneos Rh, Kell, Duffy, Kidd e Diego. Os resultados encontrados no presente estudo demonstraram principalmente a presença de anticorpos clinicamente significantes do sistema Rh e do sistema Kell, sendo Anti-D e Anti-E > Anti-K > Anti-C > Anti-c. Em estudo anterior sobre a especificidade dos aloanticorpos eritrocitários na população brasileira, os mais frequentemente identificados foram Anti-E > Anti-D > Anti-K > Anti-C > Anti-Dia. Outros estudos demonstraram diferentes resultados, Anti-E > Anti-Mia/Mur > Anti-c > Anti-Lea > Anti-M em indivíduos chineses e Anti-E > Anti-Lea > Anti-K > Anti-D > Anti-Leb em americanos. Conclusão: O desenvolvimento de aloanticorpos eritrocitários pode complicar expressivamente a terapia transfusional. Pois, provoca uma busca mais criteriosa e específica aos estoques de bolsas fenotipadas para tornar a transfusão sanguínea mais segura, evitando possíveis reações transfusionais. Devido à alta frequência de aloanticorpos observada nesse estudo, ressalta-se a necessidade da conscientização sobre os efeitos e consequências das solicitações de hemocomponentes. Uma vez que, as mesmas devem ser realizadas com mais critério, contribuindo para diminuir o desenvolvimento de aloanticorpos e consequentemente uma redução do tempo do processo de transfusão.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools