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Vol. 42. Issue S2.
Pages 334-335 (November 2020)
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ALOIMUNIZAÇÃO E PERFIL FENOTÍPICO ERITROCITÁRIO EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME ATENDIDOS NO HEMONÚCLEO DE PARANAVAÍ
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M.L.D.F. Perona, A.M. Sellb
a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa, PR, Brasil
b Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil
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Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a incidência de aloimunização e o perfil fenotípico eritrocitário em pacientes com anemia falciforme atendidos no Hemonúcleo de Paranavaí, PR. Materiais e métodos: O estudo reuniu dados do Sistema informatizado SBS do Hemonúcleo de Paranavaí/REDE HEMEPAR/Paraná, de janeiro de 2017 a maio de 2019, e atendeu as normas da ética em pesquisa humana. Foram coletados os fenótipos dos antígenos do sistema de grupo sanguíneo eritrocitário e a incidência das aloimunizações dos pacientes com anemia falciforme. O estudo foi retrospectivo e os pacientes foram divididos nos grupos I e II, constituídos por 13 e 19 pacientes fenotipados antes e após 2017 (ano de implantação do sistema SBS), respectivamente. Resultados: A faixa etária dos 32 pacientes foi de 5 a 60 anos e o sexo feminino foi 59,38%. Dentre os sistemas de grupos sanguíneos eritrocitários ABO e RH prevaleceram o tipo O 62,5% e RhD+ 96,88%. Outros fenótipos encontrados foram: Rhee 71,88%, RhCc 46,88; K-k+ 93,75%, Kp(a-b+) 96,88%; Jk(a+b+) 53,13%; Fy(a-b+) 46,88%; Lu(a-b+) 71,88%; Le(a-b-) 43,75%; P1+ 84,38%; M+N+ 53,13% e Ss e ss, ambos 43,75%. Do total, 6 pacientes (18,75%) foram aloimunizados e os anticorpos irregulares mais frequentes foram: Anti-RhE 50,0% e Anti-Fya 33,33%. Anti-Jka, Anti-Rhc, Anti-RhC, Anti-Fyb, Anti-K e Anti-S tiveram frequência de 16,66%. Destes, 4 (66,64%) pacientes tinham mais que um anticorpo: Anti-RhE + Anti-Fya, Anti-RhE + Anti-Rhc, Anti-K + Anti-Fya e Anti-Jka + Anti-Fyb + Anti-S. Estes pacientes receberam de 7 a 15 concentrados de hemácias e entre 3 a 6 transfusões sanguíneas. Os pacientes do grupo I apresentaram uma frequência maior de aloanticorpos e foi frequente a presença de mais que dois anticorpos irregulares por paciente. A comparação entre os grupos demonstrou diminuição da aloimunização no grupo II, de 30,77% para 10,53%. Discussão: O serviço de atendimento é de pequeno porte, com novos pacientes atendidos diariamente e ficou estabelecido que as hemácias seriam liberadas filtradas e posteriormente fenotipadas, conforme legislação vigente. No entanto, este procedimento não foi suficiente para se evitar as aloimunizações: um paciente fenotipado somente na terceira vez em que chegou ao serviço hemoterápico desenvolveu três aloanticorpos: Anti-Jka, Anti-Fyb e Anti-S, comprometendo a busca de bolsa compatível. No entanto, houve diminuição nas frequências de aloimunizações entre os Grupos I e II igual a 65,76%. O ideal é fenotipar antes da primeira transfusão e manter ações contínuas que aumentem a qualidade nos serviços hemoterápicos. Os pacientes entre 0 a 15 anos não foram aloimunizados. O perfil fenotípico dos pacientes falciformes de Paranavaí foi semelhante ao de doadores de sangue da região noroeste do Paraná. O fenótipo raro Jk(a-b-) foi observado em um paciente. Conclusão: Houve diminuição na incidência das aloimunizações nos pacientes atendidos no Hemonúcleo de Paranavaí após a introdução da Portaria Consolidação n° 5. No entanto, os protocolos estabelecidos não foram suficientes para evitar a aloimunização e precisam ser revisados. Importante a realização da fenotipagem estendida antes da primeira bolsa de sangue a ser transfundida.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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