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Vol. 42. Issue S2.
Pages 373-374 (November 2020)
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AÇÕES NA PANDEMIA PARA GARANTIR A SEGURANÇA E A CONTINUIDADE DE TRATAMENTO DOS PORTADORES DE COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
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L.E.M. Carvalho, V.C. Pereira, R.A. Ribeiro, T.O. Rebouças, N.M. Beserra, Y.M.P. Solon, D.S. Oliveira, A.K. Soares, A.I.E. Lopes, A.M.J. Mota
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), Fortaleza, CE, Brasil
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Objetivos: Pretende-se com esse trabalho descrever a experiência de implantar adaptações à assistência ambulatorial de pacientes com coagulopatias hereditárias, frente à pandemia de COVID-19. Material e métodos: Trata-se de estudo descritivo da implantação de nova rotina de assistência aos portadores de coagulopatia hereditária do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – HEMOCE, localizado em Fortaleza/Ceará, durante os meses de março a junho 2020. Resultados: O novo fluxo de assistência precisou ser implementado de imediato a partir de março de 2020, a fim de garantir a continuidade da assistência aos portadores de coagulopatias hereditárias vinculados ao HEMOCE, especialmente aqueles que vinham em protocolo de profilaxia. Inicialmente foi realizado um estudo de georreferenciamento de forma a contemplar os 142 pacientes em uso de doses profiláticas, abrangendo 19 municípios (sendo Trairi o mais distante, a 367 Km da capital). A partir desse estudo, foram traçadas rotas semanais de entrega dos hemoderivados e calculado o número de profissionais necessários para esse atendimento. Posteriormente os colaboradores foram treinados quanto ao uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e às medidas de higiene necessárias para a prevenção da infecção pelo vírus SARS-CoV2. A entrega das medicações em domicílio evitou as possíveis interrupções de tratamento. Além dessa entrega, foi realizado treinamento da equipe para realização de teleconsultas aos pacientes que já estavam em seguimento no serviço. De 23 de março ao final de junho de 2020, foram realizadas 230 entregas domiciliares de hemoderivados. A partir de maio do corrente ano, foram iniciadas também as teleconsultas, que corresponderam a 86 atendimentos até o final de junho. Observamos nesse período uma redução de 44% na média mensal de atendimento a intercorrências desse grupo de pacientes no ambulatório. Também foi constatado 100% de adesão às teleconsultas, o que não ocorre quando analisamos os dados relativos às consultas presenciais. Discussão: Devido à alta contagiosidade do vírus SARS-CoV2, bem como ao seu potencial de causar doença grave e até mesmo o óbito, foram definidas várias medidas restritivas no estado do Ceará de março a junho de 2020. A pandemia trouxe risco significativo de prejuízos aos portadores de condições crônicas que necessitam de idas frequentes aos serviços de saúde. Os fatores relacionados a esse risco são: receio do paciente de se contaminar ao se deslocar; instituição de barreiras sanitárias nos diversos municípios; redução da oferta de transporte coletivo. Nesse contexto encontram-se os portadores de coagulopatias hereditárias, que frequentemente precisam se deslocar ao hemocentro para consultas médicas e aquisição dos fatores de coagulação. Dessa forma, era fundamental estabelecer novo fluxo de atendimento a esses usuários, de forma a evitar intercorrências graves e suas sequelas. Igualmente importante é a realização de treinamentos para a equipe assistencial, de forma a garantir sua segurança e a qualidade do serviço prestado. Conclusão: O novo fluxo assistencial implementado durante o período de restrição de mobilidade decorrente da pandemia por COVID-19 foi fundamental para garantir a continuidade da assistência pela equipe multidisciplinar aos pacientes portadores de coagulopatia hereditária vinculados ao HEMOCE.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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